Devo dizer que estou tomando um capuccino forte, no intuito de me livrar das doses que empurrei goela abaixo da bebida do cara simpático daquele bar ? Já disse mesmo...
Eu nunca fui de baladinhas e ainda não sou (pretendo não ser), mas hoje eu precisei preencher a cabeça com distração. Para minha sorte, lá, encontrei cérebros vazios ostentando copos cheios. Não me encaixei, peguei um taxi e fui para um pub já conhecido, fiquei numa mesinha para dois na sacada e me questionei o por que do lugar da minha frente estar vago. Sempre tem o cara da vez. Mas naquele instante o que eu precisava era estar sózinha, ainda que minha carência procurasse o ombro mais próximo para repousar.
Eu fixei nas luzes da cidade enquanto a melodia de fundo era risadas e uma música meio triste, até. Uma dupla de amigos (creio), aproximaram-se perguntando sobre minha idade para um lugar daqueles. E eles engataram a conversa de um jeito... Pouco tempo depois um deles foi embora.
O que ficou era pouco extrovertido, bem sério. Mas deu continuidade à conversa, me ofereceu do drink dele e eu não sei o que me levou a aceitar. Ele me arrancou sorrisos, e soube como contornar minhas respostas que gritavam desespero. Saímos e andamos pela calçada da pequena avenida. Ouvimos músicas no celular dele e rimos bastante. Ele se destravou um pouco e me contou da vida, o que vinha aprendendo com ela e confessou ser mais velho do que tinha me contado inicialmente. É gostosa essa sensação de estar ganhando confiança...
Eu nem sabia o nome dele. Ele nem tentou me roubar um beijo. Eu nem o vi com esses olhos. Eu via ele como a pontinha da esperança que escorria por entre meus dedos. Era pra ser uma noite vazia, que foi acrescida de uma gentileza e amor inconfundíveis, é diferente...Acolhedor, diria.
Ele deixou um papel na minha bolsa dizendo: 9658****, me ligue sempre que quiser, linda. Ian,
Ele deixou um papel na minha bolsa dizendo: 9658****, me ligue sempre que quiser, linda. Ian,