sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Sua



Ele, com o sorriso puxado que exprime bem o significado de sensualidade
Malditos olhos que fascinam até quando não querem
Perverso jeito de me segurar pelo cabelo e me arrastar até que minhas costas conheçam o frio das paredes
Amaldiçoadas são as mãos que me tocam o corpo com astúcia e encostam a alma com destreza
Libertinas as manifestações dos tapas sob minha pele
Impiedosos lábios que arrepiam o corpo em qualquer parte que assim seja abençoada por eles
Cruéis as feições que imploram por um rebolado à mais
eu te amo que deliciosamente escapa após o ápice, acompanhado de um beijo voraz, me liberam a certeza de que detenho a maior sorte do mundo por ser o seu amor, a sua linda, a sua risada favorita...

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O que o futuro me reserva

     Eu tô indo embora, sem aviso prévio porque essa liberdade é minha. Em mais nenhuma vez meu riso vai ecoar entre as paredes do seu quarto ou meus suspiros vão soprar seu ouvido no box desse banheiro. Nunca mais vou agarrar seu cabelo ou os lençóis da sua cama. Nunca mais. Vou para onde a paz me chamar porque seu abraço já deixou de ser meu porto-seguro. Só quero um olhar que me conforte e seus castanhos só me lembram da ira.
     Quero despertar numa sexta e ter paz no coração, não perder o sono, poder me sentir segura. Quero dormir com amor no coração e ter certeza que acordarei mais apaixonada ainda pela pessoa que escolhi pra dividir essa jornada que é a vida.
      Qualquer dia desses estarei dançando na cozinha de outrem e o questionando sobre os dotes culinários. Qualquer tarde dessas eu vou aparecer de surpresa na porta dele, ele vai se sentir sortudo e reservará sua atenção pra mim.
Qualquer noite dessas eu vou revirar a cama dele e depois os olhos. 

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

...

     Imagem de grunge and night
     Ela vinha me visitar por vezes bem egoístas na semana. Exigia apenas uma xícara de café, borrava-a toda de batom das mais variadas cores, dizia ela que aproveitava pra usar as cores nos lábios em minha companhia já que o tal do namorado não curtia. Nunca gostei dele, engolia porque geralmente era ele quem a fazia bater na minha porta toda vulnerável.
     Às vezes ela chegava com aquele sorriso e cheia de coisas pra contar, um movimento novo das aulas de pole dance que ela, finalmente, conseguiu fazer. Novidades sobre o que queria fazer com o cabelo, sobre a vontade de sumir ou de como pensou num trocadilho legal. Noutras vezes, se largava no sofá, só tirava o sapato e ficava ali quietinha, brincando com meu cachorro, nunca me intrometi.  
     Achava infinitamente irritante, mas ao mesmo tempo engraçado, os pézinhos balançando de ansiedade ou preocupação. Quando eu ria meio contrariado ela esboçava um sorriso e depois voltava pro universo dos seus pensamentos, sem deixar escapar uma palavra sequer. Daí então levantava e se dirigia à sacada, ela imaginava (penso eu) milhares de coisas enquanto fitava o horizonte e fazia comentários sobre como somos miúdos perto da imensidão do mundo. Eu que me achava o todo poderoso baixava a guarda pra acompanhar os pensamentos loucos dela, entendê-la, e dizer que está tudo bem sermos pequenos e que, apesar de tudo, nossas próprias confusões nos confundiam e nos faziam achar que somos grandes. Ela sorria meio desconfortável, mas sorria e isso era valioso demais já que a humana me chegava aos prantos e com vontade de sumir da vida de todos, sem lembrar que eu faço parte desse todos.
      Intensidade é o sobrenome dela. Sempre me abraçou como as pessoas abraçam forte antes de partir pra uma jornada sem volta. Sempre tive medo das intenções ocultas dela, tenho medo dos abraços, tenho medo que ela parta.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Meu ponto de paz

Imagem de couple and love
Incrível o jeito que sua voz me conduz à calma. Me sinto sortuda por poder recorrer aos teus braços quando o mundo desaba ou quando o mesmo me enche de alegria. Não é sobre ter alguém para compartilhar a vida, é sobre você, sobre ter você que se faz tão único no passar dos dias e me envolve com todo esse amor. 

sábado, 4 de junho de 2016

O que o tempo faz

Imagem de love, couple, and black and white
Abriu a porta, senti o cheiro característico dele, me disse para sentar e esperá-lo. Me acomodei como a dama mais decente do mundo, conceito esse que já foi desfeito. Ele adentrou o cômodo do fim do corredor. Tínhamos acabado de regressar da nossa primeira noite de gala, não muito sóbrios.
Levantei para admirar de perto um quadro que sempre perpassei os olhos sobre. O movimento de sentar e levantar faz o meu vestido vermelho acetinado subir consideravelmente, não me incomodei em descê-lo. Depois de admirar o quadro, meus saltos me dirigiram ao corredor, dali pude ver uma fresta aberta da porta do cômodo que ele havia adentrado, estava tirando o cinto da calça, desabotoando a camisa... Me pegou espiando, deu o típico sorriso safado, apagou a luz, levantou as mangas da camisa, veio em minha direção, me colocou contra a parede do corredor, chegou pertinho, brincou com os dedos nos meu lábios, soltou um comentário sujo e se afastou como se nada tivesse acontecido, mas o volume da calça expunha a sua vontade.
Foi à cozinha, eu fiquei ali estática por uns 20 segundos, sorri e fui atrás dos passos dele. Abriu um vinho, nos serviu e me convidou à conhecer uns jogos que ele havia adquirido recentemente. Dei breves passos para me posicionar atrás dele. Comecei a fazer comentários sobre os jogos no ouvido dele, bem baixinho, beijei-o no pescoço. Ele deixou os jogos sobre a mesa, se virou, fingiu aquele momento pré-beijo, me deu um empurrãozinho grosseiro por saber dos meus gostos por brutalidade, seguiu ao som e colocou blues para tocar, trazendo à mim a nostalgia das primeiras vezes.
Cheguei perto, agarrei-o pela calça e puxei-o para dar o troco, provoquei-o até não conseguir me controlar, joguei-o no sofá. Virei o vinho num gole, larguei a taça. Aproveite-me da música e sem me preocupar com os olhares do prédio vizinho, comecei a descer o zíper lateral do vestido, bem devagar, como a música pedia. 2 minutos depois já estava no colo dele, dando início à sintonia que construímos nesse tempo que temos juntos. 
Há quem diga que novidades são dádivas, até ele mesmo diz isso. Mas duvido que ele esqueça como sorrio enquanto agarro os lençóis, duvido que ele troque nossas aventuras por qualquer novidade de uma noite.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Só você.

 Imagem de girl, vintage, and bed
Hoje a mulher que você costumava conhecer se iguala à uma criança que chora angustiada ao descobrir que o mundo não vai obedecer às suas vontades.
E tudo que eu mais queria era arrastar esse seu Estado (lê-se com xis) carioca para perto da fronteira do quadradinho em que habito. Não me importa sua cara de bravo e o jeito contrariado que às vezes demonstra quando teme baixar a guarda para os meus encantos novamente.
É que hoje eu precisava do seu cuidado e não de um "se cuida", hoje eu pretendia estar ao alcance das suas mãos ao despertar, e não nesse lugar que assombra aquele lado menina que você tanto aprecia em mim. Eu não quero abrir meus olhos pela manhã se não for para encontrar os tons de fogo da sua barba. Não quero cair no sono sem sentir o cheiro dos seus cigarros pelo quarto, nem sem ouvir seus comentários sobre o documentário de pesca.
Juro que dia desses apareço numa porta sua de novo, junto com entregador de pizza de novo, também. E desfarei todos os nós que nesses meses se ataram contra nós.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Are you mine?

Imagem de love, couple, and hug
Vem cá, se faça menos seu e mais meu. Permita que eu encoste meu peito contra o teu e sinta o calorzinho que hoje já não se faz presente na minha memória. Seja mais, só por esse espaço de horas que passam fugazes e separam a noite do clarear do dia. Faça-o pelo balançar dos nossos corpos que unidos dançaram em sintonia perfeita a mesma melodia nessa cama de onde escrevo e sinto notas do seu cheiro.
Se pecado é, não importa, iremos ambos para o inferno se ele existir. E lá, encerraremos nossa lista de lugares incomuns para praticar alguns atos.
Agora que já nada mais importa, satisfaça meu ego, diz que é só meu esse olhar travesso... 
Não diga, apenas seja. Hei de pedir-te isso todos os dias.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Sobre amor próprio


É que eu sou mesmo apaixonada pelas curvas que delimitam o espaço que meu corpo vivo ocupa nesse universo. Eu adoro cada partezinha que me define, sejam as curvas delineadas que gritam a sexualidade ou as delicadezas que disfarçam a ferocidade dos desejos, os quais explodem dentro de mim. Amo! Amo até mesmo os exageros que compõe minha fisionomia e me colocam os pés no chão.
Gosto da rotina desajeitada, das visitas surpresas daquele amor, do café da tarde que me rouba o batom dos lábios. 
Externei minha alma, amei-a e descobri-me linda. Simples assim: a aceitação, a busca pela melhora e o cultivo de bons sentimentos me fizeram mostrar a real beleza.
É lindo quando você se olha no espelho e enxerga a alma, a verdade, e não só a tentativa de alcançar um padrão vazio de conteúdo. 
Acordo e sei que não gostaria de ser outro alguém, dentro das minhas entregas sem regras sou feliz sem limites.

sábado, 9 de abril de 2016

A fragilidade da vida

É estranho, nos achamos imortais, imbatíveis. Daí vem a realidade biológica, nuns exames de rotina, e diz que não é bem assim. Talvez achasse isso por sustentar emoções e sentimentos muito fortes dentro da minha frágil estrutura corporal. Talvez forte não descreva bem, a palavra pode ser intensidade.
A intensidade move minha vida, me faz destemida e me permite dormir tranquila, na certeza de que inabalável sou frente aos variáveis maus que circundam minha saúde.
Gosto desse pensamento, me faz olhar para essa vida como a aventura que ela deve ser, me faz aproveitar o presente, me deixa saber que as conexões que tenho com as pessoas são valiosíssimas. 
Me faz não temer a morte. Quando esta me surpreender irei embora estando certa de que minha existência foi válida.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Uma falsa culpa

Imagem de girl, sexy, and black and white
Caminhando pra casa embaixo de chuva, o estridente toc-toc do meu salto contra o asfalto era praticamente silêncio quando comparado ao turbilhão de pensamentos que passavam pela minha cabeça. Ouvia tudo... Aquela voz que se apossou da fúria, da insegurança e me gritou covardias. Ouvi, chorei, e em meio a tantas palavras cuspidas, minha consciência zumbia baixinho, não me deixava aceitar nenhum sentença daquela boca que me falava.
Me concentrei na culpa que embrulhava o estômago e minha racionalidade impôs-se frente às manipulações, aos joguinhos, às amarras fictícias que muitos tentaram impor sobre mim. Culpa porquê? Cadê o erro? 
O erro foi dar corda para quem só quer o bônus e o ônus que se dane! O erro foi se desenhando na minha frente como uma retrospectiva: o que eu tenho vivido? Pelo quê tenho vivido? Pelo quê ainda quero viver? Eu não sei. Mas espero que nenhuma dessas respostas estejam relacionadas à pessoas que preferem deixar as coisas turvas.
Essa culpa não é minha, essa culpa é sua, que criou uma personagem e me escolheu para dar vida à ela nessa sua utopia vazia de amor próprio.
Não dançarei conforme a sua melodia. Adeus.

sexta-feira, 11 de março de 2016

O querer

Imagem de couple, sex, and sexy
Eu não fui direta assim gratuitamente. Eu te quero agora pra não fazer cerimônia, pra te cumprimentar só depois de sentir o teu gosto descendo pela garganta. Quero ficar na pontinha do pé para facilitar o caminhar das tuas mãos até que essas possam apertar com firmeza os atributos que carrego junto aos quadris, abaixo das costas. Quero reclinar a cabeça para a direita enquanto você se aproveita do lado esquerdo do meu pescoço, e sentir cada centímetro do corpo arrepiar em questão de segundos.
Caminhar em sua direção e não dar espaço para palavra nenhuma sair dessa boca que, hoje, eu me obrigo a explorar sem limite algum. Sentir o morno das tuas costas e arrastar minhas unhas ali, como quem brinca de marcar território mesmo sem necessidade alguma. Te jogar no sofá, rebolar sobre o teu colo, mirar esses malditos olhos cor-de-ilusão e saciar mais vontade nesses lábios que tens. Depois descer, fazendo a mais interessante das trajetórias que seu corpo me oferece, engolir seu tesão e aí sim: Oi, como você tá?

sábado, 5 de março de 2016

Um cara de sorte

Imagem de couple, love, and hands

Acordei na cama dela de novo, de verdade, nem sei o que me fez ficar. Talvez fosse o perfume novo ou o cafuné, talvez a deixa de um sexo matinal. Não sei.
Ela ta ali se arrumando para a faculdade, estou no celular e a tonta pensa que nem presto atenção nela. Ela já engraxou a bota, pintou os lábios de vermelho... Fico pensando se quem vê por acaso aqueles lábios sabe quão habilidosos são. Sinto uma pontada de ciúmes, dessas que dão uma reviravolta no estômago, mas logo passa. Eu estive à mercê das carícias dela à noite toda, sou eu quem rouba-lhe beijos e ganho bis. Não me preocupo.
Me deu um beijo de leve, disse que não deve demorar e que vai deixar um café pronto na cozinha pra mim.
Tudo isso de graça e por pura graça desse nosso amor. Sou ou com certeza sou o cara mais sortudo do mundo?

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Te quero cada dia mais

Imagem de couple, black and white, and cigarette
Nunca me assustou o frio na barriga, mesmo achando que não me aguentaria em pé depois do turbilhão de emoções que um simples toque seu causa. Eu nem me preocupo mais, é o nosso momento e nenhuma desavença que permeia meus pensamentos vai me atordoar porque quando abro os olhos rapidinho no meio do beijo, o vejo tão entregue quanto eu e é a coisa mais linda que, hoje, minhas vistas podem prestigiar. 
Viver nós dois, com essa magia inesgotável, é o que eu desejo cada dia mais.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Quando você fica pra passar a noite

Imagem de love, couple, and bed
Adormeci com aquelas mãos, que conheço há muito tempo, me fazendo um carinho brando. Pude fechar os olhos em paz, nada mais importava, a leveza tomava conta de cada pedacinho do meu corpo. 
Sono pesado. Acordei com a luminosidade vindo forte da janela. Pude ter a visão mais linda do universo, o corpo do alvo do meu amor adormecido, respiração profunda, e só pude me sentir grata. Fiquei observando-o, era como ver um daqueles sentimentos mais puros expelidos por mim contido naquele corpo, era como a materialização de algo que as bocas não conseguem explicar com vigor e precisão. É lindo.
Ah, moço, eu sou louca por você. Venha mais vezes para nos enrolarmos na madrugada, para eu ser agraciada com teus beijos amanhecidos e aquele sorriso de bom dia com as carícias que me levam à outra dimensão.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Sou velho pr'essas coisas


Não acredito mesmo que tô nessa de amor moderno, te juro que não, na minha época isso não passava de falta de vergonha na cara. Mas essa minha menina, com aqueles olhos dissimulados, me falando com aqueles lábios carnudos e bem delineados, faz tudo parecer um conto de fadas.
   Ela vem cheia de carinho, bagunça meus discos, curia meus livros, se diverte com meu gato, me deixa em paz para trabalhar, e enquanto trabalho, as vezes me dá um cafuné e um beijo no canto da boca. À noite saímos para passear a pé. É surreal, ela esbanja sua jovialidade e me sinto na mesma vibe porque sou eu ali segurando a mão dela, e são outros caras que queriam estar no meu lugar. Seus sorrisos atraem a atenção de todos, e ela nem parece ligar: dança, conversa, me encara, sorri como se fôssemos os únicos do mundo.
    Na madrugada ela me ama, me ama como se eu fosse o único cara do mundo, me prende de um jeito que só deus sabe, me ama como se o sol não a fosse lembrar que é hora dela voltar pra casa. A bonita não se dá o trabalho de me acordar ao sair, diz ela que não é fã de despedidas. Ela coloca comida pro gato, e vai, só ouço a porta batendo e sinais do seu perfume no ar. Sorrio.
 

sábado, 9 de janeiro de 2016

Mais sobre mim que você, ou nós dois

Imagem de love
São inquestionáveis verdades as vezes que senti medo de perder sua voz ofegante no meu ouvido, por mais que já tenha prometido um dia não voltar mais àquele quarto, àquela casa, a sua casa. Ao nosso caso. 
Prometi tanto, porém racionalidade nunca foi meu forte quando meu corpo clamava pelo seu e minhas costas pediam suas mãos com afagos e carícias. Por que ir embora da felicidade? Hoje não entendo aquela eu do passado, dissimulada, que adorava uma dor, o choro e a ansiedade. Aquela que por considerar a vida consistente demais, eterna, se preocupava mais com o próximo passo que com o passo que estava sendo executado.
A vida é um instante, e nesse instante eu te quero. Não posso prometer que amanhã ainda serei louca pelos teus olhos, mas desde que comecei a escrever isso aqui vários instantes se passaram e só me volto mais apaixonada por você.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Meu pedaço doce da vida

Quando te miro os olhos, miro-os com infinita poesia. Só consigo enxergar futuros trechos nos seus trejeitos. Escrevo, escrevo e não sinto minha euforia bem representada nem pela poesia favorita. Palavras tornam-se escassas quando, hoje, eu tento explicar como você enche meus dias de alegria.
Decido tirar a armadura revestida de medo, ambição, ansiedade. Me vejo tão feliz, tão pura... Estar nua de corpo e alma na sua presença me deixa deliciosamente confortável e isso é uma daquelas coisas que dinheiro nenhum paga.
É que quando nossos lábios desencostam, mal consigo segurar o sorriso. Eu não sei a magia que você carrega, mas gosto quando esta permeia minhas inseguranças e me permite ser sua. Gosto quando me olha daquele jeito, me deixando toda sem graça. Gosto quando nossos corpos se encontram e funcionam em perfeita sintonia. 
Sua voz, costumo pensar que ela acalmaria oceanos, porém à mim provoca surtos de euforia. Mas os seus olhos... Sou infinitamente louca por eles... Me têm tão fácil e adoro ser fácil para você.
Que 2016 seja palco para nossas travessuras, que eu possa reclamar dessa barba que você não deixa crescer e que você continue sendo um dos pedacinhos mais gostosos da minha existência. Obrigada por cada detalhe.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Sessão de Fotos

   
Entrei, propositalmente, com o pé direito bem calçado num scarpin preto, a porta era de vidro e um tanto quanto pesada e barulhenta. Ele que estava de costas mexendo na TV, virou-se rapidamente com o barulho da porta. Me olhou seriamente, não esboçou emoção alguma e indicou uma poltrona para que eu sentasse.
     -Pontual, hein?
     - Pois é. -Disse eu.
     Ele não parava de fazer anotações, até que vencida pelo tédio, uma agoniazinha foi tomando conta do meu corpo, mal tinha controle sobre minhas expressões faciais. Ele havia parado de forma grosseira as anotações e me encarou, por mais ou menos 2 eternos longos minutos. Mantive o olhar fixo no dele, não pestanejei. Não é difícil quando é só mais um cara bonito que pretende te fotografar. Nem é isso, até porque só fui modelo de alguém quando já estava alta na casa de um amigo, tiramos as fotos, depois apagamos. Só por diversão. Enfim, estava tensa sim, relutante em demonstrar mas estava, tanto quanto estava confiante.
     Rompeu o silêncio e interrompeu meu fluxo de pensamentos:
     -Parece que podemos começar por essa poltrona mesmo, fique à vontade.
      Virou as costas, presumi que fosse atrás da câmera. Comecei a "ficar a vontade", tirei a blusa sem problemas. Mas uns oito passos depois começou a tocar Rihanna - Phresh out the Runway. Que tipo de homem barbado, tatuado e sério escutava Rihanna? (pensei). Tanto faz, a música me soltou bastante e segundo ele, fez brotar o olhar que ele queria, e esse comentário fez surgir o sorriso sapeca que ele esperava. Não sei por quanto tempo exatamente ficamos ali nas fotos ou quantas músicas da Rihanna tocaram, porém muitas coisas surgiram e me descobri mais desinibida com ele que na frente dos caras que costumam me levar pra cama. Senti que tudo que importava era meu corpo e como minha alma controlava tudo.
     - Acabamos, acredito. -Disse ele.
     Ofertei-lhe um sorriso puramente inocente, respirei fundo, levantei e cacei minha blusa e a calça jeans. Fiquei surpresa, era só aquilo mesmo. Não que eu esperasse um profissionalismo nesse nível mas estava com a consciência tranquila. Estranhando a sensação aceitei na minha mente: é, foram só fotos, só isso mesmo.
     Senti dedos frios percorrendo minhas costas de baixo pra cima e agarrando meu cabelo delicadamente, me entreguei ali mesmo.