quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Star Wars, solidão e NÃO!

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Nessa madrugada rolou a estreia do novo Star Wars, decidi comprar meu ingresso antecipado, sozinha, simplesmente porque eu quis, não sinto vergonha(?) muito menos orgulho, é só uma experiência habitual, eu costumo sair sozinha e me sinto totalmente confortável na minha própria companhia. Aprendi a não temer a solidão, assim, convivo com ela tranquilamente. E hoje não entendo o tormento que a solidão representa para as pessoas, afinal, como querer que os outros gostem de te ter por perto se nem mesmo você gosta?
...
Tinha uma galera no cinema, e por estar sozinha umas pessoas me abordaram, era um grupo de moços que chegaram numa boa e que apesar de não estarem ali para assistir a estreia do filme, aguentaram meu surto de ansiedade, o que foi bem legal. Mas daí um deles pediu um beijo, seria mais fácil como costumava fazer em festas, dizer que sou comprometida, ainda que de fato estivesse comprometida com minha vontade de ir lá, ver o filme, aproveitar minha solidão e ir embora. Podia ser mais uma surpresa do destino? Claro! Mas não me despertou nada e eu simplesmente disse que não queria, de forma educada. Um dos amigos dele perguntou se eu tinha alguém no coração, eu disse que sim, mas não era esse o motivo, só não me interessei. Não entendo porque nas outras ocasiões fui refém de respostas como: "não, eu namoro.", e fingi que minha amiga era minha namorada.
Por quê é tão complicado dizer a verdade? A mentira é prática. Mas a cada vez que você mente, entrega parte da sua liberdade e alimenta sua alma com prisões metafóricas, e isso, meus caros, não é saudável.
Por um mundo onde não seja ofensivo receber um não cheio de sinceridade e que não seja confortável mentir pra agradar os ouvidos de outrem.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Uma noite fora da cidade


"Sentia falta disso."
Tudo que pude fazer foi dar à ele um pouco mais daquilo que ele sentia falta. 
Tudo que quis era dizer o quanto sentia falta também, e que sua companhia me deixava serena, como se meu cotidiano não fosse chamar na manhã seguinte e aquele ritual de despedida acontecesse.
Antes de pegar no sono, se agarrou à mim como se eu fosse o travesseiro mais macio do mundo.
...
Foi de longe uma das melhores noites da minha vida.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Uma carta de despedida aí

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Lembro de ter esbarrado nos teus olhos e imediatamente ter encontrado o contraste perfeito. Dona de uma beleza da qual moças com as quais me habituei, nunca chegaram perto de ter. Sua presença sempre alegrou qualquer ambiente que a pudesse prestigiar, e assim foi feito.
Cuidado minha moça, o brilho que seu olho entrega ao mostrar teu coração causa inveja e dor naqueles que mal coração têm, e quando o têm, é usado como instrumento de sobrevivência e só.
Sempre apreciei sua astúcia... Mas agora vá.
Vai e leva embora seus lábios macios, fontes do seu idioma arrastado que nunca entenderei. Vai e leva embora esses quadris que nunca precisaram esconder sua auto confiança ao caminhar. Vai e leva embora esse queixo furado dotado de um charme que só deus sabe. Vá e dê fim à essa fugacidade. Vire as costas e não as revire ao partir. Vá de uma vez porque vê-la chorar é de partir o coração e é hora de voltarmos ao cotidiano que massacra maior parte dos nossos sonhos. Se bem que depois de conhecer seu jeito de sorrir, eu tenho inspiração para sonhos pelo resto da vida.

15 de julho de 2014

domingo, 29 de novembro de 2015

Tô com saudade

Imagem de couple
É fato que se eu ligar para uns carinhas aí e propor um encontro, eles aceitam na hora. Mas eu tô com preguiça de primeiros encontros, eu tô cansada de fazer charminho, exausta de me preocupar até com o lado do cabelo que favorece mais o meu rosto, farta de criar estratégias que demonstrem que sou uma pessoa viável para sair por aí de mãos dadas.
Hoje eu senti falta... Senti falta de alguém que já me conhece até do lado avesso, que tem certeza que eu vou sujar meu nariz de sorvete, que sabe dos meus defeitos e nem liga, que vai sentar e ouvir sobre histórias que entre si têm conexão nenhuma, ou até mesmo, histórias desprovidas de valor na vida, que vai se divertir com minha habilidade de contar essas histórias e vai rir por mais sem graça que seja, só pela entonação que eu usei ou pela minha expressão.
Tô com saudade de você que teima em não ser esse alguém pra mim. 

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Contradições e a reciprocidade

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Eu gritei com gente que apesar dos erros não merecia o ápice da minha fúria. Instiguei o ódio e talvez eu esteja perto de cruzar a linha para o lado negro da força. Mestre Yoda disse que medo leva à raiva; a raiva leva ao ódio; o ódio leva ao sofrimento. Me rendi por 2 minutos ao medo, a raiva me consumiu, se empoderou de cada pedacinho que por antes passava amor, seja próprio ou não. Só pude esperar pelo pior e ele veio até mim como se eu o estivesse clamando pela presença. Mas você atrai o que pensa, não é mesmo? É. E eu quis sentir essa corrupção toda dentro de mim, quis sentir o gosto amargo que a falta reciprocidade tem.
Nunca achei que fosse problema dar o meu amor por não caber mais dentro de mim, mas na história mundial vimos sacas de comida queimadas, enquanto milhões passavam fome, pelo simples motivo de inexistir cooperação gratuita. Me disseram que amar sozinha é desamor, ouvi, favoritei, e deixei ir embora quando pedacinhos de reciprocidade rondaram meus ouvidos, olhos e sentimentos. Pedacinhos? Migalhas. Julguei que receber o que eu dou era desnecessário, mas quando precisei do alvo do amor que sinto me vi sozinha, na chuva e querendo o abraço dele que queria o abraço de outra, que sentia falta de outra e não da minha adorada risada e da minha voz trêmula pedindo por socorro. Liguei, não atendeu. Não perguntou. Só foi lá no meu feed dizer que estava triste por saudades de outra.
Dói porque a dedicação é construída com cautela, a estrutura que formou é frágil, um ventinho e tudo desmorona. Vejo a segregação do todo que me mantinha firme e forte, está espalhado pelo chão e estou com preguiça de reconstruí-lo afim de uma nova estrutura. 
Temi suas escolhas, sem lembrar que eu tenho as minhas e que essas ao mesmo tempo que o traz, o afasta de mim.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Te adoro odiando

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Adoro quando o vejo hipnotizado a me assistir voltando do banheiro para mesa do bar, me devora com os olhos na certeza de uma noite promissora, ainda que uma noite promissora signifique sentar num meio fio e conversar sobre quão corajosas são as pessoas que amam e se dispõem a ser trouxas. 
Adoro esse sotaque grosseiro e adoro quando me sacode pelos braços com uma força até considerável, pra ver se minha sobriedade volta e eu paro de rir da sua cara de bravo. Adoro esse fiozinho de pêlo que ao nascer no seu rosto desconstrói o conceito de barba milimetricamente perfeita. Adoro quando você diz: "Mas, Carol, isso não é vida!" e eu rio, toda desconcertada, concordando contigo e você nem sabe. 
Adoro quando me tira pra dançar sabendo que eu odeio a música em questão. Adoro quando você encontra minha cintura numa camiseta que me deixa quadrada e considera a descoberta do ano. 
Odeio... 
Odeio quando pede pra eu ficar. Odeio essa sua mania de ver amor nos meus olhos que não tem. Odeio quando tenta se apropriar de um sentimento que está disposto à outro. Aceite minhas visitas surpresas e minhas súplicas efêmeras. É só isso mesmo, isso ou nada, moço.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Uma vida que não é minha

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Não me resuma à escritos que largo por aqui, muito menos me deduza pelo que deixo escapar hora ou outra com tons de nostalgia ou expectativa. Você não sabe sobre mim e não pense o contrário se me tem por vezes contadas numa semana.
Afinal, sou turista em algumas bocas que me servem de rascunho pra uma história que hora ou outra escreverei, e escreverei com orgulho, tendo fim ou não.

Vivi os teus excessos, as noites ausentes do pudor, os olhares vazios de amor, o copo sempre cheio. Vivi beijos, cheiros e trios. Descarrilhei dos trilhos mesmo e senti na pele a desgraça que é jogar-me em braços avulsos de quem nem o nome eu lembro mais. Senti corpos quentes, mas o contexto era frio. Ouvi elogios tão sujos, e os quis tanto, me decepcionei. Mirei em tantos, escolhi os que quis e era aquilo. Era só aquilo, entende?
Ah...Voltaria pra essa vida amanhã, voltaria se amanhã eu já não quisesse seu cheiro no meu travesseiro.
Ainda prefiro nosso romance travesso. Ainda...
...
Não peço mais, exigências são desprovidas de verdade e tudo o que eu mais quero de você é isso: verdade. Só não me diz que na próxima semana você começa a escrever sua história e que fui rascunho na sua vida. Incertezas sobre finais todo mundo tem, mas a certeza disso maltrata demais.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

"Espero que não venha mais ninguém que aí eu tenho você só pra mim..."

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Medo e ansiedade já não faziam parte do cardápio que eu tenho degustado.
Mas essa tua mania de me fazer revirar os olhos e sorrir com descrença da forma mais crente que qualquer fé proclamada por aí, quando tô sozinha, é o que me faz ficar. Mas permanecer na graça do teu abraço é responsabilidade do teu ombro que acolhe meu rosto e dos teus olhos que acolhem minha alma.
Saiba que pouco importam as marcas que você deixa no meu pescoço, ombro, clavículas... Afinal, o que elas dizem? Que meu lado mais perverso é seu? Ah, meu bem, isso qualquer um decifra nos meus olhos e nos sorrisos tidos no meio da rua por pensamentos nossos, ainda que eu esteja com o pescoço digno de uma santa. A marca que realmente importa não se esvai em questão de dias, já faz um ano e olha só ela aqui mais evidente que nunca...
Me agarro à você como o acaso mais gostoso da vida, ainda quero te viver por muito, muito tempo...

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Obrigada, destino.

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Eu notei direitinho e não estava louca. Minhas pretensões nunca foram tão reais assim, mas dessa vez a vida caprichou com a surpresa. Talvez porque eu tenho sido uma boa garota, que é justamente o contrário do que você gosta. Portanto, estou soltando minha sanidade para me agarrar aos teus sussurros roucos, precisos olhares e fogo que por não caber nos lábios se disseminou pela barba lhe dando o melhor tom.
Essas mãos... Cadê a decência que não sai da sua boca? Ainda bem... Ainda bem que as "coincidências demasiadas" são as desculpas para o destino me entregar de bandeja pra você.


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Prazer, A...lice.

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Tem um cara aqui me contando da vida dele, eu viajo em cada sílaba que ele conta, me divirto com seu jeito elaborado de exemplificar detalhes da história com as mãos... Tamanhos, velocidade, personalidade, tudo com as mãos e eu fico imaginando quanta capacidade carregam aquele par de membros que carregam 10 dedos de juntas bem expressivas...
Retraio tudo isso e volto à história. Me divirto, e duas caipirinhas depois nem sei porque eu já sei  metade da vida dele, enquanto o bonito só conhecia meu riso fácil e minha desesperada vontade de distanciar-me da realidade.
Tem uma voz aqui no meu ouvido dizendo que a noite acaba de começar. Tem uma boca me pedindo mais e eu tirando de onde nem tem pra oferecer. Doo meu nada disfarçado de tudo e ele vai fundo, ele está aqui na minha frente com o olhar mais devorador que eu cogitei prestigiar na vida. Eu só sei sorrir com maldade e tentar salvar uma noite que tinha como destino certo uns video games e chocolate.
Tem um cara aqui com a mão no meu cabelo, como se tivesse adormecido me fazendo cafuné. Vou embora, retoco o batom, deixo um beijo no canto da boca e é só isso mesmo... Disse que meu nome era Alice e que eu tinha 20 anos, mentiras que nem foram tão deslavadas, afinal já sou maior de idade e meu nome incia-se com A.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Não tente

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Minha alma é imunda e de doce eu só tenho o beijo, e até a lembrança dos meu lábios amarga vários corações por aí. A mulher que existe em mim não cabe na sua caixinha de utopias com mais dois filhos e um cachorro. Não estou servindo para caixinha nenhuma, aliás. Cai fora, moço. Desiste do meu sorriso torto e segue reto.
Sua proposta é boa, para qualquer uma outra, com esse olhos verdes vais longe, e que seja assim, para longe de mim.
Não me toque porque a vida que eu levo é doentia e contagia. Já não quero me responsabilizar por desvios sentimentais.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

E que esteja ao seu lado, seu grande amor

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Será que deus existe mesmo e toda essa situação foi uma pegadinha desse astuto senhor para eu cair nos teus braços, aliviada apenas por estar com meu queixo apoiado no teu ombro e tuas mãos no meu cabelo?!
Aquela coisa clichê de um em um milhão, sabe? Depois de um furto, olhares furtivos e elogios de bocas nunca antes conhecidas, ver a vida nos aproveitando para mais um acaso me relembra quão gratuita é a felicidade e que ela quase sempre tá ali no encontro dos nossos olhos.
E se você for o tal grande amor que o vocalista daquela banda deseja que esteja sempre ao meu lado?! Que seja, eu comporto esse sentimento. Das regras desse jogo estou cansada de saber, mas como boa humana, não tenho controle do que sinto quando estou há um passo de experimentar você de novo, e desvio das regras. Mas não fossem os desvios, já não estaria aqui pra escrever sobre você.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Demora mas não tarda

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Eu amo seus olhos distraídos, e os amo quando intimidam qualquer timidez. Gosto do jeito que dirige, seja o carro ou a mão à minha cintura. Mas eu gosto mesmo de você, do tipo que passaria horas a fio conversando e perderia os horários, os medos, as roupas e os amores.
Gosto da permissão que tenho pros meus humores se demonstrarem pra você e gosto do seu colo, do seu cheiro, de quando desarma meus olhos e relaxa meus ombros, daquele momento em que nossas respirações se confundem e nosso objetivo é um só.
E me desculpe quando imploro por mais um pouco, eu só preciso me preparar para a realidade que sempre me leva pra longe de você, mas obrigada por fazer parte do que me tira os pés do chão. É único.

domingo, 27 de setembro de 2015

Coisa minha

Little Talks | via Facebook

A cama da nossa última cama eu não refiz. O deslize dos teus dedos no meu rosto, eu não desfiz. Sua riso ecoa por aqui ainda. E não quero mudar nada, deixa assim do jeito que estava quando seu toque era a única coisa que importava. A bagunça que você fez comigo por aqui se assemelha à bagunça que você faz com o que eu sinto, e eu gosto disso.
Gosto da pureza que somos ainda que exista obscuridade em cada um.
Te gosto porque te tenho sem ter, porque você me tem e finge não ter.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Gosto de gente simples

Untitled

Gosto de gente simples.
De gente que acorda e encara o que sente, mas acorda disposto a sair e fazer alguém sorrir;
De gente que atravessa a cidade por um sorriso específico;
De gente que tem um sorriso singular que me faz atravessar a cidade por ele;
De gente que prolonga a conversa falando que a vó está na cozinha fazendo bolinho de chuva;
De gente que ama mesmo, que não retrai os sentimentos, que vive por sentir;
De gente corajosa que fala olhando nos olhos;
De gente que se cala quando a utilidade do que tem a dizer inexiste;
De gente que acompanha minha cantoria aleatória;
De gente do riso fácil, até quando é para rir de si mesmo;
De gente que se dispõe à aventuras que podem claramente dar o oposto de certo;
De gente que não aguarda aprovação alheia;
De gente que mais faz do que fala;
De gente que se traduz em palavras;
De gente que não sabe montar um texto, mas sabe demonstrar num olhar;
De gente que não se esconde dos prazeres da vida;
De gente que vive.
Mas, principalmente, de gente que passe longe de ter todas as qualidades supracitadas, porque eu gosto mesmo é de gente defeituosa, de gente real.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Tô com saudade

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Deixa eu te amar hoje? Mas amar de verdade. Fazer amor com teoria e não só prática, te beijar a boca com vontade, te deixar ir embora já com saudade. 
Me olha nos olhos, mas de verdade, não com aquela expectativa de um tesão passageiro. Me olhe além do "E aí, o que tem pra hoje?", me prove que o orgasmo é detalhe e me prove também, ao pé da letra.
Destreza, por favor. Me toca o corpo e alma, me dispa dos preceitos, das preocupações, dos anseios, da razão. Deixa eu ser emoção, só hoje. Dessa vez eu te quero e não só quero você. Tem diferença, não sei se você sabe. 
Você sabe que a calma atrai meus arrepios tal qual fazem teus vestígios de saliva na minha nuca e pescoço. 
Vem, mas não diz nada porque apesar da sua voz ser música para os meus ouvidos, quero te ouvir em expressões, quero mais sentir que decodificar as palavras que você cospe. 
Vem e seja de verdade, porque faz tempo que não me sinto assim.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Acasos da vida

Not my edit
Hoje eu não tive vontade de escrever sobre qualquer carinha que fez uma noite ou um papo valer à pena na vida. Hoje eu só quis saber de nós. Só nós, nosso caso que apesar de velho não me deixa esquecer dos acasos da vida. Sexta-feira, lembra? Cheguei a ir embora do nosso encontro desarranjado e me arrepia saber que eu podia ter ido embora também da sua vida sem nem mesmo ter te dado sinais da minha risada da qual você já disse por vezes adorar... Eu iria embora sem saber que a melhor visão do universo é te ver saindo do banho e entrando no quarto e que apesar de você ter vícios por camisetas pretas, a cor que te cai melhor é cor nenhuma, vulgo seu tom de pele. Temo cogitar não ter conseguido um riso teu, temo cogitar não ter seus fios de cabelo por entre meus dedos nos momentos em que beiro a loucura e depois desses também, temo cogitar não saber que leva cerca de dois minutos pra você cair em sono profundo, temo tanto que às vezes perco proveitos...

É estranho dizer que sei qual dos vários botões do interruptor do seu quarto liga o ventilador, da mesma forma que é estranho você não saber que meu sorvete favorito é de passas ao rum. E não deixa de ser um estranho gostoso. A euforia dos primeiros encontros ainda é percebida em cada descoberta.
Não sei por quê funcionamos tão bem, de verdade. Antes, julguei me conhecer demais sem ter experimentado nem metade do que a vida podia me oferecer e nos primeiros meses garantia toda noite que na manhã seguinte lhe diria que já basta. Hoje em dia, toda noite garanto que preciso mais de mim mesma e quando já é manhã, às vezes, acordo com vontade de você e sei que já não me basto dos encontros que tivemos.


domingo, 23 de agosto de 2015

Posso entrar?

Não sei porquê você ainda manda subir quando o porteiro diz que meu nome espera na portaria, sabe, confesso ter pensado em mentir inúmeras vezes o nome, insegura sobre um possível "o você está fazendo aqui?". Mas talvez sua pureza na alma e amor na vida não te deixem bater a porta, metaforicamente, na cara daquela que recebeu sua declaração de amor frente aos amigos numa noite que passava longe da sobriedade, aquela que teve seu amor em mãos e preferiu aventuras regadas à proezas do destino, se é que essa coisa de destino existe.
Enfim, tem tempo que lanço meu coração à batidas calmas que só se precipitam em situações orgásticas. Tem estado tudo tão estático e precisei da sua insanidade equilibrada para envenenar meu corpo e alma. Não há lugar na cidade em que me sinto em paz e ao mesmo tempo em euforia constante que no seu apartamento. 
A verdade é que o frio na barriga do qual sempre tive no elevador ao passar pelo 5° andar, se repete, não importa quantas paixões eu viva, porque te visitar é um linha tênue entre me machucar mais ou ponderar anestesicamente minhas dores. Então chego à sua porta, por ouvir o elevador (acredito), você já grita lá de dentro que a porta está destrancada. Eis que surge um sorriso de alívio e ansiedade no meu rosto, respiro fundo, certificando-me que estou pronta para receber uma solução independente de qual seja o problema.
Abro a porta, você está largado no sofá usando aquela velha bermuda bege com o cinto marrom, o max deitado no pé do sofá, programa de domingo meia-boca na TV, o vizinho continua ouvindo Times Like These do Foo Fighters, duas almofadas laranjas, sua cabeça na parte do encosto espiando minha entrada com seus belos olhos que para mim são azuis e para você, verdes.
-Trouxe um par de histórias e cervejas, posso ainda assim entrar?
-risos*
Aí você veio com aquele abraço demorado, como quem já aproveita o tempo por saber que é só uma noite de papo furado, uns beijos trocados, um romance postergado.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Mais desventuras

Cada vez que o seu papinho entendiante com minha amiga te aborrecia, eu sei que seu olhar desviava pro meu (o qual fingia de forma descarada que prestava atenção), buscando algum tipo de salvação. O assunto era até empolgante, teria me envolvido mais na conversação caso não estivesse envolvida em planos mentais do tipo: como fazê-la sair daqui, ir em sua direção, jogar uma perna por cima de você, sentar no seu colo, provando que a mocinha reservada, não se reserva frente à belos olhares.
Confesso não ser esperta para notar insinuações mas você fez tão direitinho... Quando falou da sua namorada no carro, foi quase como um desafio proposto, eu posso ir além do que imagina, passo por cima de valores e faço você pisar sobre o que até minutos atrás era parte do seu honrado caráter. Fora que o fator do seu comprometimento não me pareceu relevante, apesar de eu não dar o braço à torcer por quem tem alguém pra dizer um "eu te amo" antes de dormir. 
Estou comprometida com as minhas vontades, na verdade, com a realização delas. Então não desperte algo que não possa cumprir, porque se o faz, estará assinando um contrato de permissão. Eu não dessas que querem e esperam que a vida faça acontecer, tomar a primeira atitude nunca me foi um problema e com você não será diferente. Provocações me levam longe e se continuar assim, você irá longe comigo.
Mantenha distância.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Uma pergunta

 summer
Não sei se foi no reflexo da vitrine daquela loja ou nas reflexões que tive encostada na janela do ônibus. Só sei que não me reconhecia, de maneira alguma, e olha que nem se tratava dos 0.5 e 0.75 de miopia que tenho. 
Assim, faz um tempo que acordo com uma angústia trazendo pra alma um peso desanimador, oferto meus sorrisos que buscam, desesperados, motivos para serem despertos. Algo me diz que estou demais numa relação que me oferece de menos. Sendo assim, preciso urgentemente ponderar meus excessos e me ter de volta. Esse caos ofusca a parte "incrível" da mulher que, segundo meus amigos, eu sou. 
Me fizeram uma pergunta hoje: "Qual foi a última vez que você se sentiu extraordinária?" Repousei no meu calabouço de memórias e relembrei o conceito de 'extraordinária'. É verdade que tive meus picos de felicidade, até chorei de rir ultimamente, porém, extraordinária é estar plena, e plenitude não é um momento e sim um estado. Não soube responder, mas logo quis me sentir assim. Organizei sentimentos, deixei irem embora uns paradoxos através de lágrimas, busquei qualidades que havia deixado pra trás, relembrei minha solidão e como é bom ser sózinha (na maior parte do tempo), fechei os olhos como quem foge da realidade que a luminosidade insiste em enfatizar. 
Quero sair, com a melhor roupa, o melhor olhar, o melhor sorriso e quero doar meu melhor beijo. Quero tanto e sinto muito por ter feito tão pouco ultimamente, mas a paixão muitas vezes nos rouba de nós mesmos e, faz com que nós ajamos com mais ênfase nas ações que agradam o alvo do sentimento do que em paixões nossas pré-inatas à essa euforia. A questão aqui é a dependência em uma relação, e olha que nem em uma eu estou e já consegui um deslize...
É, agora, infinitamente gratificante saber que não é segurando a mão de alguém e recebendo declarações que atinjo o auge da moça incrível que vez ou outra dá as caras pra uns caras, mas sim quando eu não deixo a ausência de um relacionamento tirar a minha paz. Não quero jamais me perder de novo da estrada em que me auto conheço, porque auto confiança e autonomia se adquirem dessa forma, e, estas são atalhos para alcançar a tal plenitude.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Encontro forjado por um almoço

Untitled
Confesso que antes de você chegar, eu trocava calorosos olhares com o moço da mesa seguinte, o qual chegou a esboçar sorrisos que mais pareciam um convite para uma casa litorânea, dois filhos e um cachorro. Pude vê-lo se levantar e sentar no lugar vago à minha frente...Aí você chegou, tentando avistar lugares vazios na sacada, mirou bem a minha mesa e pude sentir o corpo esquentar. Você chegou com toda gentileza do mundo perguntando se podia se sentar e já emendou um comentário: "Não vale à pena ficar lá dentro com uma vista dessas aqui fora."Confesso nem ter notado a paisagem da esplanada dos ministérios abençoando aquele almoço, mas ainda assim concordei sobre o comentário.
Meu prato já estava vazio, o que me restava de chance para uma conversa era meia lata de coca-cola da qual fiz questão de degustar em pequenos goles. Pensei em puxar assunto falando da sua barba; da tonalidade do seu cabelo, se era ruivo ou castanho; da banda que ilustrava sua camiseta; Entretanto meu turbilhão de ideias foi interrompido por sua voz excêntrica com um tom levemente divertido.
Falamos da rotina, do amor por Brasília, de armações de óculos, de viagens... Apesar de estar com pressa, o envolvimento naquele papo repentino era tão significativo que a ideia de pagar 200 dilmas à mais por multa de atraso na mensalidade da faculdade parecia boa. Para ser mais sincera e exata, tudo parecia bom durante nosso encontro espontâneo, até mesmo a dor no meu ciso superior esquerdo.
"Então, eu vou indo..."
"Tchau moça, uma boa tarde!"
"Tchau, uma boa tarde pra você também."
Não saberei se semana que vem você regressa à Áustria ou se desiste da ideia por temer a falta da nossa capital. Não saberei porque nem seu nome eu tive a elegância de perguntar, mas bem tinha cara de se chamar Augusto e ter 24 anos. Perdoe meus complexos, só preciso dar nome aos bois se é que me entende...
Quando a moça do caixa falou: "17 reais e 58 centavos" fiquei pensando sobre o quão barato foi me apaixonar por um momento, conversar, relembrar alguns valores, manter um riso gostoso no rosto e ainda fazer uma refeição.
Vou continuar indo nesse restaurantes em dias não-normais da minha rotina e seria um prazer esbarrar com seus belos olhos por lá novamente caso fique em Brasília...

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Há amor sim!

The Sound of Soul | via Tumblr
Ah meu bem, nem que eu usasse o melhor perfume, nem que eu te fizesse um strip tease digno de boates do tipo, nem que eu tocasse sua campainha com uma caixa de cerveja e donuts, nem que seus amigos dissessem que eu sou bonita, nem que sua mãe ache que eu seja uma boa pessoa pra você, nem que eu fosse um equilíbrio perfeito da candura e audácia, nem que eu te considere o melhor remédio pra qualquer angústia, nem que eu topasse um menáge, nem que eu tivesse o melhor beijo do mundo, nem que você sinta ciúmes demais e nem (muito menos) que eu me declare... Nem que nada supracitado aconteça, seus olhos teriam amor. E dói saber que sou tão apaixonada por eles enquanto estes exprimem desejo e frieza.
Não vale à pena o esforço se o que tenho de você é o máximo à ser oferecido. É suficiente quando penso no carinho que temos, mas deixa à desejar quando recorro à outros abraços por saber que outras bocam te têm quando querem.
Eu não me deixo cair na ambição, de novo não. Porquê morro de medo de esbarrar contigo por aí e saber que o pouco que tinha de você, se esvaiu. Se é o que pode me doar, de forma honesta, eu fico feliz. Eu juro que fico. Afinal quando estou no seu abraço eu sinto amor apesar de não sê-lo constante, sinto carinho no seu beijo e destreza nas suas mãos ao me tocar. E nem que eu perca o riso ou outros se apaixonem e nem que (muito menos) estes se declarem...Nem que nada supracitado aconteça, eu largo "a gente".

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Volta nos teus devaneios

Untitled
Tanto tempo que não te vejo.Você não sente falta... mas eu senti? Nem tanto. Me nego a culpar você, sua boemia e maus hábitos sentimentais. Hora de assumir que eu nem tenho feito tanta questão, talvez o enredo da nossa relação tenha me desanimado um pouco e os buracos que você contorna precisem ser preenchidos.
Das voltas que fiz no seu universo, desejei não ficar muito tempo, pelo menos até quando já não achava o caminho de volta. Eu não seria louca de entrar nos teus devaneios e esquecer-me da entrada, da estaca zero para qual volto toda vez que você diz: "tchau, se cuida.". Desde esse instante um aperto no meu coração surge, sabendo que a próxima vez é passível de inexistência.
Você desajusta toda a coerência que me esforço para manter, confunde meus valores e faz emergir sensações antes nunca alcançadas por mim. E por vezes me questiono por quê não podemos ser como naquele trecho de Bukowski: "[...] E nós estamos juntos na cama sorrindo, e não nos preocupamos sobre nada [...]". Quisera muito rir sem as amarras do apego que tenho por você, sem me preocupar com as moças que te chamam sedentas no telefone enquanto você me acarinha as costas.
Ao lembrar da tua frieza, extraio meus mais fortes traços de angústia, e por ela também exijo a bebida mais forte na mesa do bar. A cada passo que dou em sua direção, sei que me distancio um passo do amor que um dia eu já sonhei pra nós. Fantasio uma realidade para viver segurando sua mão e fingir que está tudo bem, que é mais justo demonstrar tudo que sinto que esperar equivalências.
Temo me perder de você. Temo um dia estar farta. Temo que afagos alheios me façam não sonhar mais com seus olhos.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Você não se importa

couple | via Tumblr
Você não se importa, né? Nem se eu dissesse no fim da noite que nossa última vez tinha acabado de acontecer, nem se me visse com outro por aí, nem se eu soltasse sua mão quando tentasse segurar a minha, nem se eu fosse embora pra você nunca mais lembrar do meu perfume ou de como era me ver toda ansiosa ao abrir a porta. Nem se eu dissesse adeus sem dizer tudo o que eu tenho pra falar.
Eu sinto, sinto até demais... Talvez por saber de menos ou saber demais. Porém, o hoje eu tirei pra pouco me importar com as bocas que têm sido prestigiadas pelas loucuras que sua língua sabe fazer. Quem sabe entre as doses de uísque eu conheça mãos firmes e tão capazes quantos as tuas. Hoje eu nem quero saber se você chama outras pelo mesmo vocativo que usa comigo e, muito menos, me dói imaginar como elas são pra te enfraquecerem rapidinho. Não quero gastar neurônios tentando entender como você administra tanta frieza num corpo tão humano onde tenho (ainda) fé que habita uma alma. É assim que eu tiro o dia para não me importar com você, te relembrando. Para que o mundo saiba o quão ainda me importo, e que em segundo algum vou deixar de me importar.

domingo, 12 de julho de 2015

Simplificando

(100+) Tumblr
Sózinha, de corpo e alma, mas a mente trabalha. Feliz pelo auto conhecimento que ganho todos os dias e por não ter ninguém embaçando meus conceitos não finalizados. Ninguém que interfira no próximo passo. Decisões todas minhas, o meu mundo que independe de um sentimento maior que meu amor próprio. Não é hora de amar outrem, é hora de ser observadora comigo mesma, para auto julgamento e crescimento pessoal e  faço isso tudo melhor sem alguém pra chamar de amor, porquê o amor me consome, acomoda, faz situações perversas parecerem saudáveis...
Querer alguém para envolver nessa confusão é loucura, mas quem disse não ser possível? Tem doido pra tudo, até para querer se meter nesse turbilhão de emoções que é minha vida. Gente do tipo é completa por si só e tem desperto um amor doador, puro e vívido que despensa, geralmente, inseguranças e exalta a vontade de sentir. Eu quero ser assim, tão livre à ponto de amar alguém pura e simplesmente pelo que esse despertou na minha auto suficiência. Amo amar, mas não é hora.
Desconhecia essa sensação de coração vazio e olhos bem despertos.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

A gente, para não variar

Untitled
Me ponho nua ao alcance da sua visão, desnuda de máscaras e de roupas. Me descubra! Há tanto que você deixa passar ou faz questão de não notar. Nossos contrastes se equilibram e mesmo assim não vejo verdade nos teus olhos e os benditos ainda me levam pro que quiserem. 
Conheço esse sentimento há tanto tempo e, dessa vez, me recuso a abrir mão. Não me leve à mal, eu sou toda coração, toda apaixonada, toda boba. Você é meu alvo vivo, pode sair quando quiser. Mas não quer, porque ainda que custe admitir eu te faço bem, te faço carinho, te faço visitas periódicas e te meto em confusões emocionais.
É claro que você não vai abrir mão das bebedeiras, de uns beijos avulsos nas noitadas, das coisas que me machucam, mas também não desiste da minha risada, dos meus beijos, do meu carinho... Só que você não entendeu, tô longe de querer te fazer abrir mão de alguma coisa, quero só um pouco de observação para que nada se perca e a gente possa ser a gente pra sempre, quem sabe...

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Posso ir aí?


Oi, como é que você ta? Eu estive vendo e vivendo um universo que me entristece. Logo o meu coraçãozinho que sempre esperançoso, recusava-se à acreditar na maldade do mundo, na insensibilidade das pessoas, nesse ódio gratuito que o pessoal tanto fala.
Se eu for aí será que algo muda? Você vai me receber de braços e coração abertos? Vai me abraçar e fechar os olhos dizendo um sonoro "calma, fica calma"? Vai ouvir meus motivos e em momento algum achar que tudo pelo qual lamento e choro seja apenas a realidade do mundo com uma pitada de infantilidade minha?
Diz pra mim que você ainda sabe das minhas fraquezas. Por favor, tente se lembrar que você não foi aquele que esperava uma mulher de mim em 100% do tempo. Suplico que não tenha esquecido que meu sorriso sempre te fez bem. Se quiser, falo até com ela, digo que suas carícias são medicinais. 
Eu só quero carinho e um colo pra passar a noite, então, posso ir aí?

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Algum tempo atrás

t-ulipes.tumblr.com
Eu nunca pedi eternidade, nem pedi que ela saísse da sua boca, da sua maldita e impulsiva boca...
Se eu disser que me agarrei às tuas palavras escolhidas à dedo e à histórias cheia de furos, estaria mentindo. Não sou dessas que passam por cima das coisas como se não fosse pecado atropelar sentimentos que fazem mal. Portanto, me agarrei aos encontros marcados e nunca executados; ao : "o celular estava sem bateria"; às noites nas quais mesmo tendo assumido um compromisso, me sentia sózinha.
E caminhando por aí a realidade vinha me roubar de você, e eu quis me render porque na volta pra casa eu sei que não te encontraria. E foi sendo mais acolhedor ali, digo, a rua... Os olhares de estranhos tinham mais carinho que os teus olhos, os quais se tornavam cada vez mais irreconhecíveis.
Eu sinto muito pelas prioridades que você têm que ter e sinto muito pela impressão que você tem deixado na vida das pessoas, eu sei, você não foi uma memória agradável pra elas. Em mim você fica na lista dos que quase me roubaram do meu destino. Provou à mim que nem sempre o gostar passa por cima dos reais quereres da alma. A alma desobedece e pune corações gananciosos de amores sem boas estruturas.
Há tempos parti, eu sei. Mas se sua vontade era a minha felicidade, saiba que ela já não larga mais do pé, anda comigo pra cima e pra baixo e se ela cansa, sei que encontrarei paz necessária nos lábios do meu moço. 
Hoje, na volta pra casa a solidão me espera e isso nada mais é que a vida pedindo paz e o tempo me dando tempo.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Escapando de um talvez

Neck Kiss
Para ler ao som de Parachute - Ingrid Michaelson
Talvez se eu tivesse insistido mais em cafeína e menos em você, seria refém desta e não sua. Sendo assim mais fácil me livrar dela que dos seus braços, pelos quais meu corpo clama toda noite antes de finalmente cair no sono.
Seria mais saudável ter me apegado a livros estúpidos de auto-ajuda que ter um apego tão grande pelos teus lábios espertos, macios e entorpecedores.
Devia ter confiado na frieza de uma obscura solidão, que no calor da sua presença do qual se esvai fácil quando sua boca sopra palavras geladas me despertando do sonho que é ter posse sua.
Podia estar viciada na vodca mais cara ou na cachaça mais barata, porém, cá estou eu dois dias sem você e em crise de abstinência sem os tóxicos da sua saliva que me custam vez ou outra uns contos de angústia. Estes me levam à outras dimensões como se não houvesse sobriedade a ser respeitada.
E, dessa forma, talvez eu não saberia que a melhor paisagem é você vindo com aquele sorriso que atormenta minha falsa ingenuidade num só parecer. Talvez, também, eu não conheceria o melhor deslizar de mãos num corpo. E Deus me livre de não poder relembrar aos fins de semana do quão delicioso é tudo o que você me proporciona.
Desse jeito eu vou te querendo, ganhando certezas, apostando apenas no que eu sinto e deixando permanecer essa vontade incontrolável de você.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O meu domingo

Introvert // (via acoolerversionofme, expose)
Escrito segunda-feira 18
Claro que você não tem nada a ver com esse texto, mas o mundo precisa saber de onde saiu essa minha disposição em plena segunda-feira às 6 da manhã... Ele quer saber quem é o dono desse riso de satisfação e do semblante feliz que estou carregando, repito, em plena segunda-feira às 6 da manhã.
Estou vestida basicamente com a paz que você proporcionou na noite anterior, e meus lábios ainda mostram indícios de desejo aos teus, meu olhar continua buscando o teu belo par de olhos castanhos, profundos e sedutores. Quando é que me dispo de você? Nem sei... Faz esse favor, me despe das roupas e vista minha pele com arrepios. 
As pessoas na rua exigem resposta e eu recuo inventando fatos para justificar minha alegria perceptível.
Queria detalhar na resposta dada ao mundo que é quando deito perto de você, observando o reflexo do seu cansaço, que começo a distinguir aquelas coisas pelas as quais a vida faz sentido... E, meu bem, sua respiração tranquila e bem ritmada combinada ao silêncio e inconsciência do teu corpo, faz parte das coisas pelas quais vale à pena viver. Ao saber que posso descansar a cabeça no teu peito e me entrelaçar em você, sei que tangencio o conceito de felicidade. É como se sentir sua presença me obrigasse a esquecer que existem problemas esperando por soluções.
Só quero, por fim, pedir que isso nunca mude...Mas se for pedir demais, não me deixe saber.

sábado, 16 de maio de 2015

Por onde tem andado?

Untitled
Revirando as memórias te achei e confesso ter te achado só agora. Não é saudade de nós dois. É só uma curiosidade carinhosa de saber como você está, de imaginar o quanto teu irmão caçula cresceu e de saber se você anda conduzindo boas moças de direita para a ideologia de Marx tão bem quanto conduz um beijo.
Onde você tem andado? Já abandonou o Rio e voltou pra nossa capital? Conheci uma banda mês passado que você iria amar... E sabe aquela nossa banda favorita? Pois é, tem show dela sexta-feira. Fantasio situações em que a gente se encontra, mal se da conta e já estamos há passos de distância. Quero mesmo te ver, em pessoa, pra ter certeza da sua integridade física. Seria ótimo te encontrar na mesa de bar ao lado da minha, escutar teu papo com os amigos e aí sim, ter garantia da tua saúde emocional. 
Mas nem seu número tenho mais, seu facebook já não existe. Entretanto, tenho um baú cheio de iguarias que não são e nunca serão passíveis de roubo, furto ou esquecimento. Ninguém me furta os beijos que você me deu, as piadas que você me contou, os conselhos, as noite mal dormidas de corpos bem despertos... Mas dá pena saber que nenhuma cama pôde conhecer nosso calor. Mas tudo isso se resume em curiosidade mesmo.
Obrigada por existir tão fielmente aqui dentro, não me permitindo esquecer que somos feitos de memórias.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

A verdade que, sim, somos.

Not Only Photos Set15
Vento gelado que transfere energia para que meus cabelos esvoacem e quietem novamente moldando meu rosto, pescoço e ombros. Frio que desencoraja até meu gosto de andar pela casa na ausência de vestimentas. Carência de calor que carece do nosso calor. A falta do teu afago, mesmo que dispersado da ternura da qual tanto insisto sentir na presença das tuas mãos e olhares, pede um pouquinho do teu silêncio aqui. Ainda que fosse para, depois de pegar no sono, desfazer as amarras dos braços pelo meu corpo e me virar as costas, como sempre acontece. Só para eu apreciar os suspiros e inocência que te envolvem na dimensão do sono.
São vontades tão permanentes que abafo dentro das impossibilidades. Engulo, junto ao amado cappuccino, minha impotência frente à situação. Percebo um desespero desperto alertando para a saudade.
Da verdade que, sim, somos, extraio memórias que espero jamais ter que recorrer para matar a tal saudade, ainda que consciente das incertezas dos caminhos da vida, ainda que eu não te prenda nenhum pouquinho, ainda que meu eu possa acabar no próximo instante. 
Quero passar bem longe do que fomos, quero o que somos, e quero tanto que perco a razão, caindo mais uma vez nos teus braços, brincando de amar por um encontro de tempo limitado.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Amar e viver, intrínsecos?

How to start your day.
Tenho alguns escritos não-terminados. Rascunhos sem fim que só me dizem sobre interrupção, ou, carência de continuação.
E a vida segue, não é por um fim que não foi incrível, foi tão incrível à ponto de virar saudade, sim, a tortura mais mal-feita e gostosa do universo. Só torço e peço à sei lá quem que jamais retire de mim a disposição de ser feita de boba, ou trouxa, como muitos preferem classificar... Essa inocência é imatura e consegue ainda assim ser apaixonante. Porque estamos aqui para isso, para nos apaixonar, nem sempre por pessoas... Existem cidades, livros, textos, jardins, olhares, músicas e tantas outras disciplinas para amar, para se entregar...
Somos feito de instantes, e mesmo sem saber o rumo da vida, quero me apaixonar muito, quebrar a cara várias vezes e amar de novo e viver assim, amando, seja o que for. 
Por quê se não para amar, para quê mais estaríamos aqui?

segunda-feira, 4 de maio de 2015

'We never go out of style'

<3
Falta luz e sobra desejo.
Como adquiri capacidade de sufocar tanta vontade dentro da minha utópica caixinha emocional?
Saiba que você ainda vale mais que qualquer proposta de compromisso ou promessas de amor eterno. E que, vale mil vezes mais as suas provas de gostar que as declarações amorosas insistentes surrando o pé do meu ouvido.
Não importa o que venha acontecer, meu bem, eu sempre voltarei. Porque o que me encanta são os motivos que você deixa para os meus periódicos retornos e a ausência desses para minha permanência estática e talvez, sem graça.
É tão bom falar da gente no plural novamente, não é só você e minha saudade, somos nós o nosso jeito, a nossa estupidez. No singular fica apenas você, oculto, como sujeito secundário na seguinte sentença: o melhor beijo do meu mundo, tem dono.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Continuo a mesma

Feelings
Se você acha que vou me trancar num quarto, que vou me entupir de doces e chorar eternamente por semanas. Você está certo, mas não quanto ao período; resumi as muitas semanas em horas da minha madrugada. Já já preciso enfrentar uma sala fria com centenas de pessoas me olhando entrar pela porta, e tudo bem, continuo a mesma de uns dois meses atrás, talvez com o cabelo mais curto e com pensamentos alargados, alagados...
Só queria dizer - e talvez você respire aliviado ou sinta uma pontada de ciúmes-, que meu trem não parou na estação em que você desceu. O percurso é longo, nem da metade eu passei e sinto muito pela ingenuidade de achar que o mundo está desabando, mas isso passa. Viu?! Já passou... 
Ah! Que essa sensação de mundo me consuma novamente! Tantos lugares para disfrutar, tantos sotaques e idiomas pra conhecer na ponta da língua (literalmente), tantos sonhos pra realizar...Afinal, nunca ouvi falar de indivíduos que morreram por amor. Ninguém morre por amor, as pessoas vivem dele ou por ele.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Um abraço pôde mudar o meu dia

dark
O dia de hoje teve seus contrastes, e agora no final dele não sei quanta relevância tem a decisão de chorar ou chorar de felicidade. É incrível como relembrar e reviver pessoas do passado, me faz manter a cabeça no lugar e os pensamentos no futuro.
Não tirando o mérito de quem está sempre do meu lado insistindo que "Anna, a felicidade está em você, seja lá com quem ou 'sem quem' você esteja.' Mas, minha percepção, que antes já fora mais aguçada, me trouxe à tona uma cadeia de soluções para problemas inevitáveis que a vida vai posicionando no meu caminho.
Me sinto no direito de sair um pouquinho da minha vida e assistir tudo de camarote. Às vezes sou aquela espectadora que revira os olhos de nojo, outras sou daquelas que sentem vergonha alheia e outras vezes consigo sorrir aliviada por ter caído no caminho certo. Depois de assistir o filme da minha vida, cai a ficha de que tudo é tão simples e que loucas são as pessoas que insistem em complicar, que querem mais do que a alma pode abrigar e que desfazem as pazes com a própria essência apenas pro seu orgulho não ser pisoteado. 
E acabo chorando sem saber qual lado emocional escolher , porque isso me faz sentir humana, me eleva à singularidade da humanidade, do mundo sensível e não me deixa perder o eixo por corações gelados quase que robotizados.

sábado, 25 de abril de 2015

Não muito sóbria

Untitled
Hoje eu estava num restaurante com uma pegada de bar. Já meio alta a declarar minhas mágoas -lembrando que não faço isso sóbria - no twitter e recebi um e-mail de um amigo recente, com um texto que basicamente dizia que o ódio é a pior maneira de gastar o curto tempo de vida que temos. Ainda que com as ideias pouco norteadas e, com um sentimento vazio ao mesmo tempo que espesso contorcendo cada canto do meu corpo, voltei ao meu eixo psicológico e, de maneira racional, passei a pensar se eu orgulharia à Anna de um passado próximo que traçava planos grandiosos, que não se deixava perder por meras oportunidades de um destino que ela nem sequer sabe se acredita. Essa Anna tinha princípios metódicos, e a Anna que hoje me representa já não sabe onde se firmar, e sai catando seus princípios em bares, em frases como: 'está tudo bem, mantenha a calma'...
Vivo à procura da Anna que se recusava ao ódio, e que fazia cara boa para o futuro que considerava promissor. 
No Futurismo existe uma vertente teórica afirmando que 'o homem precisa de um inimigo para evoluir'. E me ocorre um frio na barriga quando aceito tal vertente como verdade absoluta. Essa perca da ingenuidade e crença na guerra como meio para conquistas, vai extraindo o doce que regia meu interior.
O antigo futuro que hoje se apresenta como presente e agora, me fazem repensar na ideia de crescer e como isso tem sido distorcido de acordo com as expectativas previamente tidas.
...
Ainda que clichê: como é difícil crescer... O jeito é aceitar que auto-suficiência inexiste e que sempre haverá algo a mais para aprender, confio que com humildade e persistência chegaremos perto do auge, mas jamais lá.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Me permita amar com a veracidade que a alma exige

LensCulture - Contemporary Photography
Você grita suas posses e eu me calo.
Porque você não acha mais adorável o meu cantar. Porque não me sinto feliz o suficiente pra escutar nossa música; quando é a vez dela no aleatório, eu passo pra próxima. Porque dou linha pra qualquer papo meia boca nas tardes, já que o vazio deixado por você me leva ao desespero em segundos.
Eu vivo a me controlar, a tentar extrair os excessos de carinho que antes eram pra ti, a contar histórias nesse lugar porque sobre nós me machucaria escrever, ainda que eu exija um pouco da nossa essência aqui, não pode passar em branco, não é mesmo?
Deixe me ser, antes que eu finalmente seja, bem longe do que hoje sou: sua.


Não passa, nem passará


Você nunca me amou e eu nunca acreditei que amasse mesmo... Mas ainda que em meio as suas desventuras sexuais, profissionais e sociais você se importava e hoje não fez sentido a despedida.  Era surreal. Você de tantas outras bocas quis minha presença e isso me era tão suficiente. Esse querer, sabe? Vontade de verdade.
Passo por aqui, releio os arquivos da época em que eu ainda fazia parte da sua rotina, era tão confuso e tão bom... Fico me perguntando quando é que alguém vai me levar pra cama novamente ao som de Taylor Swift (hahahaha), playlist idiota aquela... Me pego rindo, vou aí no seu bairro, desço na nossa estação do metrô, essa que já foi palco de beijos, frios-na-barriga e lágrimas também...
A veracidade da nossa essência dava-se porque não haviam motivos nem espaço para superficialidades ditas da boca pra fora. Não existiam amarras, apego, nem medo. A ausência desses ingredientes resultava na receita que todos buscam. E nós tínhamos isso, então porque eu cedi à pressão? Não quero acreditar que a escolha foi minha. Ambiciosa, de um tanto que consegui retroceder de um jeito que me envergonha.
Eu sinto uma saudade da verdade que éramos, da sua demora, da sua casa, das roupas jogadas, do seu sono leve, do seu cafuné, do seu sofá, do seu: 'oooi' ao atender minhas chamadas, das desculpas (sim, até mesmo delas), do seu jeito gostoso de sorrir, da maldade, do ciúme fútil que eu conseguia sentir. Você tão seu, eu tão sua...
Não faz parte dos meus proclamados princípios essa situação toda. Não sou eu. Por favor, enxergue! Esbarre em mim por aí e me convença de que ainda é tempo. Me guie com tuas mãos firmes, me iluda com o jeito de bom moço e não me deixe ir novamente, jamais.


Já é tarde.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Fique

Heart
Sabe, já não é domingo sem seus beijos. A semana já não começa em paz e me perco em meio aos desejos... Não sei bem como a gente foi se reencontrar, mas conheço a certeza dos seus abraços e isso basta.
Basta porque essa convivência me faz ver graça nas coisas mais sutis, me faz sentir tesão em viver, me causa orgasmos no ato de desfrutar cada oportunidade da vida, sabendo que você tá ali presente com o sorriso mais gostoso do mundo no rosto. Você é aquele que deixa o medo da morte chegar perto mesmo eu sabendo que a única certeza oferecida pela vida é um fim. E que minha existência seja findada com a sua presença que é pra eu ir embora satisfeita.
O amor vem chegando tão mansinho, e apesar de toda pressa que ele atiça, fica e se estabelece calmo e concreto. Boba eu que acreditei já ter amado, quando na verdade você que vem me mostrando o quão simples é amar e que toda essa naturalidade é o que faz permanecer tamanho sentimento dentro de almas tão diminutas.
Já planejo viagens contigo e, também, viagens sózinha que é pra eu ter o prazer de ver você todo ansioso me esperando num aeroporto qualquer. Já quero memórias, apesar das muitas que criamos. Já não sei se tudo estaria tão bem, não fossem teus carinhos e tuas despedidas de boa noite. Já quero sair por aí, passeando com cachorros e te olhando de soslaio porque você fica ainda mais lindo distraído. Já quero sua mãe questionando as marcas de batom na sua camisa clara. Já me faz querer achar um lago deserto pra gente nadar e trocar beijos regados de raios de sol e cantos de pássaros que darão trilha sonora ao nosso amor mesmo repletos de inocência. Já me faz tornar os menores feixes de luz na imensidão de arco-íris. E, já me fez abafar tempestades em copos d'água com tal facilidade que surpreende.
Continue aqui, vamos transpor amor ao mundo até mesmo quando o planeta exigir guerra.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Mentiras insustentáveis

J a c k Elizabeth. | via Tumblr
Uma hora seria assim mesmo. Fomos uma mentira e, por havermos sido tão superficiais, sou como a poeira que te visitava pela janela, sujando a escrivaninha. Me despeço sem um beijo e saio trancando a janela. Que é pra você não precisar limpar mais a tal escrivaninha.
Foram semanas longe de receber um toque seu, e tudo mudou quando imaginei você com aquela "amiga" da sua faculdade, juntos, e aquele frio na barriga não aconteceu. Foi quando eu me oportunizei um encontro. Quando semi cerrei os olhos e vi uma boca que não era a sua, uma mão na minha nuca prometendo tanto, um sorriso que inspirava segurança e que me provava no decorrer da noite que fui leiga quando encaixei você no meu conceito de suficiência.
Errei em não protestar quando a situação me fazia mal. Errei também quando passei a me acostumar com as noites mal dormidas e olhos cheio d'água. Pequei contra meu caráter aceitando seus devaneios. Entretanto pecaria mais ainda, inevitavelmente, se não tivesse me arriscado nessa experiência, se não tivesse a audácia suficiente pra engolir com cara boa a realidade de um mundo que eu ainda não conhecia. Eu vou me jogando por aí, assim como eu fiz agora, larguei a comodidade dos teus abraços e lençóis pra arriscar a segurança que almejo nas oportunidades da vida, nos lábios doces de um moço aí, nas minhas certezas.
Pode dizer que sou nova e isso denota traços imaturos da minha parte, mas minha essência é essa e assim será, aos 17, 25... Até os 80.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Não diga que deixou de perceber

(1) Tumblr
Me lembrei das vezes em que me calei quando mais queria clamar por um carinho seu, quis suas mãos no meu cabelo sem segundas intenções. Mas como sua segurança transpassada nunca foi real, não ousei me abrir contigo. Os detalhes não me fogem da memória, infelizmente. É quase inesquecível o dia em que a porta do seu elevador fechou e você simplesmente desapareceu; enquanto descia, segurei o choro com um torcer de nariz e repeti que estava tudo bem, relembrando todos os termos da nossa relação fajuta. Ir embora sózinha e me sentir sózinha já não faz sentido. Eu fui fiel à esse devaneio em troca das suas poucas palavras, do seu carinho nas costas e de uns desesperos que enfrentei sem medo. E que hoje não enfrentaria mais.
Toda aquela superficialidade me fazia tão completa.
 Bebo um vinho barato e deixo a maquiagem ir embora com as gotinhas da água salgada que insistem abandonar meu organismo pelos olhos. Nesses momentos eu procuro alguma segurança e seu nome já não me vêm à mente. Nem sei mais do seu abraço e de como era odiar você por beber demais e sair distribuindo por aí o melhor beijo do mundo (seu). 
O tempo faz estragos irreparáveis, meu bem, e o destino faz propostas irrecusáveis.
Todo cuidado é pouco.

sábado, 14 de março de 2015

Estava ali o tempo todo

Cheguei. Não acendi nenhuma luz. Fui pro banho. Chegando no quarto, simplesmente deixei a toalha cair, me deixando cair junto na cama, deixando as lágrimas caírem, finalmente sem culpa. 
...
Eu não quero esquecer o caminho da sua casa e, muito menos, quero nunca mais poder entrelaçar meus dedos nos seus, como se fosse uma conquista. E de fato foi. 
Eu nunca precisei sentir medo. Nem nunca fiz questão de me questionar algumas desnecessariedades*...Aliás, perdoe minha insuficiência por não ser motivo de orgulho na sua roda de amigos. Estou sempre escondida. Nunca sei de nada, e você muito menos sabe de mim ou do que vai ser de mim. E é tão vã a minha dedicação esses tempo todo. Me sinto tão vazia, e dói um bocado saber que é isso que você espera de mim, nada além de uma vontade periódica e um cafuné depois de tudo.
Eu deixei vestígios, confiei na sua percepção, no tal "detalhismo" do qual você vive se gabando. E nada. Meu rímel borrado no seu travesseiro; a carência; a pontinha do meu nariz vermelho (um pré-choro); Minha mão tão perto querendo o afago da tua. E nem isso, e nada. Apenas um carinho avulso, um apelido aqui, um beijo ali. E está suficiente.
Confesso que me peguei vasculhando as memórias ruins sobre você, pra tentar te odiar um pouquinho. Pra ver se essa graça do destino veio pra me testar ou pra me salvar de você. Não quero ser salva. Eu quero estar a salvo com você. Todo esse alarde pode ser em vão, tanto quanto a minha fidelidade à você, mas eu não dou minha cara à tapa, e você, dá ?

quarta-feira, 11 de março de 2015

Meu bem...

bed
Hoje foi um dia daqueles que não soube nada sobre você. Dos dias em que com certeza você se ocupou com uma outra qualquer por aí. E, definitivamente, não era o que eu precisava agora. Da sua ausência, desse espaço que você tem deixado vazio. Tão confiante pra não me prometer nada e achar que eu vou estar sempre presente e que nenhum pretendente possa aparecer. Você nem se preocupa e me ocupa a mente o dia inteiro.
Por um momento eu não queria ser a sua 'relação fixa (?)'. Adoraria tomar o lugar das suas ficantes, talvez hoje teria sido o meu dia da semana, e eu teria o que preciso. 
Esqueci que nesse meio tempo eu dividi muito de mim com você. Como se você se importasse... Mas pra todo lado que eu olho eu vejo pedaços teus. Escondi as tuas coisas, só pra poder entrar no meu quarto e tentar sentir paz. Mas você sempre dá um jeito de aparecer, seja no batom tombado na penteadeira, do qual você gosta que eu use; ou naquela blusa jogada no chão, que você disse adorar naquele sábado... E, até mesmo nas lágrimas que já não faço mais questão de segurar. Elas são puramente você, por você.
E eu queria te ligar, confesso, mas tô muito sem o que dizer e você me ver (ouvir) nesse estado é o que eu menos quero. Pensei em aparecer e ir correndo ao teu abraço, só pra ter certeza das minhas escolhas. Mas eu entendo, você não quer saber, e isso não é errado. Você tem sua vida, eu a minha e a vida segue. Só que eu nunca tive medo de ter que seguir esquecendo o caminho da sua casa e dos despretensiosos carinhos que você me dá. Eu não quero me perder de você.
Me cuida, por favor, pode ser de mentirinha. Finge que se importa, abre a porta e me abraça como se eu fosse quem você estivesse esperando a semana inteira pra ver.
Eu não quero ir embora, ainda temos muita história por fazer.

terça-feira, 10 de março de 2015

Vida

Untitled
Deus me livre ter que morrer de saudade ou com saudade.
Quero ser um pouco de cada olhar e coração que conquistei.
E não deixarei noites em claro tornarem escuros os dias.
Entrarei em novas histórias e sairei de fininho.
Quero saber do que te faz feliz só pra satisfazer a curiosidade.
Quero me jogar sem equipamentos de segurança emocionais; sentir com tudo que tenho direito.
E depois ainda quero chorar, me agarrando à falsa certeza de um amanhã ensolarado.
Eu detestarei beirar um "E se?!"
E num dia o lucro será os sorrisos que causei.

sábado, 7 de março de 2015

Vem cá?

Couple goals neck kisses
Eu queria tanto você deitado aqui no sofá, mesmo que não largasse do celular, mesmo que caísse no sono, mesmo que não me dando atenção nenhuma. Queria que soubesse que quando sento aqui pra escrever, pego sempre uma xícara de cappuccino e, às vezes, cookies. Queria que soubesse que enquanto penso na coerência textual ou na sua incoerência, eu devoro todos os cookies e metade do cappuccino já se foi.
Queria que em meio a distração com o celular, seus olhos me procurassem para apenas conferir minha existência. Queria seu silêncio. Queria você indo à cozinha de cueca azul-marinho, com o cabelo bem bagunçado e sem pretensão de destinos. Queria sua tensão bem disfarçada aqui pertinho. Queria sentir um pouco do amargo que você exala, pra confundir com o doce do seu beijo. Só pra ter certeza do que escrever nesse espaço aqui. Só pro meu prazer. Só pra te chamar de meu, meu bem.
Só pra sorrir pro mundo o sorriso que você me provoca.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Já faz tempo

lovers | via Tumblr
Eu não entendo porque nossas mãos se entrelaçam numa sintonia inigualável e os nossos instintos, não. Quando a gente se encontra nem parece que você não gosta mesmo de mim, nem dá pra sentir raiva dos beijos que você saiu distribuindo naquela festa da semana passada.
Ah... Se você soubesse das vezes em que, embebecida de ciúmes, ensaiei jeitos de dizer que não dá mais. E tentando argumentar contra os meus sentimentos, falhei.
Eu confiei tanto que teus excessos seriam invisíveis ou, vencíveis, que fui me envolvendo, convencida de que seria algo com prazo de validade de um mês, no máximo. Já são quatro. E é muito tempo sabendo de você. Já vivenciei dois cortes de cabelo seus, um acidente de carro, sua barba crescendo, o natal, algumas conquistas, sua voz de sono, seu corpo saindo do banho, seus olhos fechando, suas mãos invadindo meu corpo e seu veneno entorpecendo meus conceitos.
Fico me perguntando se conforme a passagem do tempo, vou cantar na sua frente sem receios e dizer que te gosto sem rodeios...
Que nossa essência não se perca, e que eu ainda possa nos descrever no plural porque é mais gostoso assim.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Por hoje, chega.

;) | via Tumblr
É exaustiva essa auto-proibição, essa limitação, sua ausência de consideração.
Tá tudo bem...O choro não é daqueles embalados por soluços ou com picos de desespero. É dos que fazem tudo queimar, e lágrimas caírem tão naturais quanto as minhas inúmeras quedas por você. Desses que as pessoas em volta se assustam e oferecem ajuda.
Por hoje, chega. 
Estou farta de você, das desculpas esfarrapadas, das mensagens não respondidas, do carinho não concedido.
E que meu anestésico esteja nos braços de outro. Que a bebida seja forte e me torne fraca à algum riso confortante. Que a raiva me impulsione a fazer coisas das quais me arrependerei na manhã seguinte. E que seu nome não me venha em mente, não quero novos nomes, também...Quero sensações, experiências, variedade de sabores. Que é pra minha parte do trato ser cumprida, porque eu não passo de uma sócia no teu mundo de negócios. Você é o chefe, várias funcionárias, vários negócios... Mas tô indo ali arranjar uma hora extra antes que meu trabalho fixo me suba à cabeça e eu esqueça que existe vida fora dele. Você não se importa mesmo...Digo sobre o trabalho, sobre mim, sobre a nossa relação. 
E se depois eu ainda for bater na sua porta, e esperar ansiosa pelo barulho da fechadura, e te abraçar forte, reconheça a responsabilidade que está abraçando. 

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Não adianta mais

Untitled
Uma corrente de ar que entrava pela janela me tirou dos teus braços no sonho. Acordei com frio, no sofá, e enxerguei com a visão embaçada de quem acorda, a sua camisa. Meu aguçado olfato matinal alertou meu ritmo cardíaco: seu cheiro. Então o ritmo se perdeu e o coração deu levemente aquela acelerada, na esperança de que o sonho tido antes do despertar, fosse parte da realidade. Pouco desnorteada, cheguei a quase pronunciar seu nome. E enquanto a consciência ia tomando conta do meu corpo, estranhei (como sempre) a vontade da sua presença.
Eu queria ter o dom de acordar bêbada, só pra não ter que enxergar sua vida além do que somos. Eu adoro seu cotidiano, mas os instintos não me permitem ignorar as pontadas de ciúmes quando tem mulher envolvida. Fujo dos vestígios que você vai deixando... Por amor à mim, e ao nosso "contrato". E eu me acostumo com qualquer condição porque é irrefutável a fraqueza que tenho por você. É irrecusável cada convite. E, nem por qualquer riqueza eu resistiria àquele olhar antes de cada beijo. Não trocaria seus braços, jamais, pela utopia amorosa que uns caras me oferecem de bandeja. Prefiro sua inconstância, minha insegurança na madrugada, a conquista em cada encontro e seus lábios desejosos que não me deixam perder do caminho que sempre me levará até você.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Распаковывает

Travel
Hoje permitiram que eu sentisse sua falta. E ainda depois de tanto tempo, é nítido o azul dos teus olhos me relembrando o quão doce (literalmente) era beijar você e em seguida abrir os olhos, podendo enxergar dois pedacinhos do céu mirando a minha boca. 
E em meio a australianas, mexicanas, ucranianas e até mesmo outras brasileiras, foi pra mim que você ensinou as regras completas do Hockey, e foi você que se preocupou quando eu me machuquei jogando. Era por você que eu esperava, só pra ter aquele abraço que me fazia sentir em casa, mesmo estando em outro país.
Lembro da primeira despedida. A gente preferiu fingir não se importar com o tempo. Mas é inesquecível sua agonia ao saber, por bocas de terceiros, que eu iria com minha turma pra outra cidade. E lembro de ter 13 ligações suas e várias mensagens. Nunca teria coragem de atender e me despedir, por que não é forte essa coisa de dizer as últimas palavras e ir, talvez, para sempre. Lembro do seu semblante perdido me esperando no lobbie da residência, do seu sorriso memorável que parecia não ter motivo para se manifestar. Lembro de como me abraçou, do seu beijo breve de despedida, como quem diz: "vai logo, não suporto mais".
E, depois de uma semana, te encontro no aeroporto, e foi como se estivéssemos há muito tempo juntos, você me abraçou e pediu pra eu não fazer isso contigo de novo. Eu nem quis fazer a primeira, por isso não tinha o avisado. E por mais indiferente que possa parecer, passar várias semanas com alguém quando se está distante do seu mundo e realidade, faz você se apegar como se não houvesse amanhã. E o amanhã chega tão repentino, se assemelhando ao frio na barriga que senti quando o vi pela primeira vez...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Que

hellanne: by Ana LMz - Atsuko says yaong | via Tumblr
Que a amargura desse capuccino não retraia minha doçura. Que sua lucidez jamais transpareça em meu olhar. Que essa dor de cabeça grite preocupações das quais eu não quero que sejam mais minhas. Que aquela angústia não me visite novamente. Que seus picos de temperatura deixem, finalmente, de ser um equilíbrio morno. Que a simplicidade seja o toque final de cada 'projeto'. Que um dia eu te encante. Que um dia eu me encante por outrem. Que se um dia não mantermos mais contato, você olhe o mar e lembre do que ele significa pra mim. 
Que a amargura de outros beijos vez ou outra te lembre a doçura dos meus.