terça-feira, 26 de maio de 2015

Escapando de um talvez

Neck Kiss
Para ler ao som de Parachute - Ingrid Michaelson
Talvez se eu tivesse insistido mais em cafeína e menos em você, seria refém desta e não sua. Sendo assim mais fácil me livrar dela que dos seus braços, pelos quais meu corpo clama toda noite antes de finalmente cair no sono.
Seria mais saudável ter me apegado a livros estúpidos de auto-ajuda que ter um apego tão grande pelos teus lábios espertos, macios e entorpecedores.
Devia ter confiado na frieza de uma obscura solidão, que no calor da sua presença do qual se esvai fácil quando sua boca sopra palavras geladas me despertando do sonho que é ter posse sua.
Podia estar viciada na vodca mais cara ou na cachaça mais barata, porém, cá estou eu dois dias sem você e em crise de abstinência sem os tóxicos da sua saliva que me custam vez ou outra uns contos de angústia. Estes me levam à outras dimensões como se não houvesse sobriedade a ser respeitada.
E, dessa forma, talvez eu não saberia que a melhor paisagem é você vindo com aquele sorriso que atormenta minha falsa ingenuidade num só parecer. Talvez, também, eu não conheceria o melhor deslizar de mãos num corpo. E Deus me livre de não poder relembrar aos fins de semana do quão delicioso é tudo o que você me proporciona.
Desse jeito eu vou te querendo, ganhando certezas, apostando apenas no que eu sinto e deixando permanecer essa vontade incontrolável de você.