terça-feira, 26 de maio de 2015

Escapando de um talvez

Neck Kiss
Para ler ao som de Parachute - Ingrid Michaelson
Talvez se eu tivesse insistido mais em cafeína e menos em você, seria refém desta e não sua. Sendo assim mais fácil me livrar dela que dos seus braços, pelos quais meu corpo clama toda noite antes de finalmente cair no sono.
Seria mais saudável ter me apegado a livros estúpidos de auto-ajuda que ter um apego tão grande pelos teus lábios espertos, macios e entorpecedores.
Devia ter confiado na frieza de uma obscura solidão, que no calor da sua presença do qual se esvai fácil quando sua boca sopra palavras geladas me despertando do sonho que é ter posse sua.
Podia estar viciada na vodca mais cara ou na cachaça mais barata, porém, cá estou eu dois dias sem você e em crise de abstinência sem os tóxicos da sua saliva que me custam vez ou outra uns contos de angústia. Estes me levam à outras dimensões como se não houvesse sobriedade a ser respeitada.
E, dessa forma, talvez eu não saberia que a melhor paisagem é você vindo com aquele sorriso que atormenta minha falsa ingenuidade num só parecer. Talvez, também, eu não conheceria o melhor deslizar de mãos num corpo. E Deus me livre de não poder relembrar aos fins de semana do quão delicioso é tudo o que você me proporciona.
Desse jeito eu vou te querendo, ganhando certezas, apostando apenas no que eu sinto e deixando permanecer essa vontade incontrolável de você.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O meu domingo

Introvert // (via acoolerversionofme, expose)
Escrito segunda-feira 18
Claro que você não tem nada a ver com esse texto, mas o mundo precisa saber de onde saiu essa minha disposição em plena segunda-feira às 6 da manhã... Ele quer saber quem é o dono desse riso de satisfação e do semblante feliz que estou carregando, repito, em plena segunda-feira às 6 da manhã.
Estou vestida basicamente com a paz que você proporcionou na noite anterior, e meus lábios ainda mostram indícios de desejo aos teus, meu olhar continua buscando o teu belo par de olhos castanhos, profundos e sedutores. Quando é que me dispo de você? Nem sei... Faz esse favor, me despe das roupas e vista minha pele com arrepios. 
As pessoas na rua exigem resposta e eu recuo inventando fatos para justificar minha alegria perceptível.
Queria detalhar na resposta dada ao mundo que é quando deito perto de você, observando o reflexo do seu cansaço, que começo a distinguir aquelas coisas pelas as quais a vida faz sentido... E, meu bem, sua respiração tranquila e bem ritmada combinada ao silêncio e inconsciência do teu corpo, faz parte das coisas pelas quais vale à pena viver. Ao saber que posso descansar a cabeça no teu peito e me entrelaçar em você, sei que tangencio o conceito de felicidade. É como se sentir sua presença me obrigasse a esquecer que existem problemas esperando por soluções.
Só quero, por fim, pedir que isso nunca mude...Mas se for pedir demais, não me deixe saber.

sábado, 16 de maio de 2015

Por onde tem andado?

Untitled
Revirando as memórias te achei e confesso ter te achado só agora. Não é saudade de nós dois. É só uma curiosidade carinhosa de saber como você está, de imaginar o quanto teu irmão caçula cresceu e de saber se você anda conduzindo boas moças de direita para a ideologia de Marx tão bem quanto conduz um beijo.
Onde você tem andado? Já abandonou o Rio e voltou pra nossa capital? Conheci uma banda mês passado que você iria amar... E sabe aquela nossa banda favorita? Pois é, tem show dela sexta-feira. Fantasio situações em que a gente se encontra, mal se da conta e já estamos há passos de distância. Quero mesmo te ver, em pessoa, pra ter certeza da sua integridade física. Seria ótimo te encontrar na mesa de bar ao lado da minha, escutar teu papo com os amigos e aí sim, ter garantia da tua saúde emocional. 
Mas nem seu número tenho mais, seu facebook já não existe. Entretanto, tenho um baú cheio de iguarias que não são e nunca serão passíveis de roubo, furto ou esquecimento. Ninguém me furta os beijos que você me deu, as piadas que você me contou, os conselhos, as noite mal dormidas de corpos bem despertos... Mas dá pena saber que nenhuma cama pôde conhecer nosso calor. Mas tudo isso se resume em curiosidade mesmo.
Obrigada por existir tão fielmente aqui dentro, não me permitindo esquecer que somos feitos de memórias.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

A verdade que, sim, somos.

Not Only Photos Set15
Vento gelado que transfere energia para que meus cabelos esvoacem e quietem novamente moldando meu rosto, pescoço e ombros. Frio que desencoraja até meu gosto de andar pela casa na ausência de vestimentas. Carência de calor que carece do nosso calor. A falta do teu afago, mesmo que dispersado da ternura da qual tanto insisto sentir na presença das tuas mãos e olhares, pede um pouquinho do teu silêncio aqui. Ainda que fosse para, depois de pegar no sono, desfazer as amarras dos braços pelo meu corpo e me virar as costas, como sempre acontece. Só para eu apreciar os suspiros e inocência que te envolvem na dimensão do sono.
São vontades tão permanentes que abafo dentro das impossibilidades. Engulo, junto ao amado cappuccino, minha impotência frente à situação. Percebo um desespero desperto alertando para a saudade.
Da verdade que, sim, somos, extraio memórias que espero jamais ter que recorrer para matar a tal saudade, ainda que consciente das incertezas dos caminhos da vida, ainda que eu não te prenda nenhum pouquinho, ainda que meu eu possa acabar no próximo instante. 
Quero passar bem longe do que fomos, quero o que somos, e quero tanto que perco a razão, caindo mais uma vez nos teus braços, brincando de amar por um encontro de tempo limitado.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Amar e viver, intrínsecos?

How to start your day.
Tenho alguns escritos não-terminados. Rascunhos sem fim que só me dizem sobre interrupção, ou, carência de continuação.
E a vida segue, não é por um fim que não foi incrível, foi tão incrível à ponto de virar saudade, sim, a tortura mais mal-feita e gostosa do universo. Só torço e peço à sei lá quem que jamais retire de mim a disposição de ser feita de boba, ou trouxa, como muitos preferem classificar... Essa inocência é imatura e consegue ainda assim ser apaixonante. Porque estamos aqui para isso, para nos apaixonar, nem sempre por pessoas... Existem cidades, livros, textos, jardins, olhares, músicas e tantas outras disciplinas para amar, para se entregar...
Somos feito de instantes, e mesmo sem saber o rumo da vida, quero me apaixonar muito, quebrar a cara várias vezes e amar de novo e viver assim, amando, seja o que for. 
Por quê se não para amar, para quê mais estaríamos aqui?

segunda-feira, 4 de maio de 2015

'We never go out of style'

<3
Falta luz e sobra desejo.
Como adquiri capacidade de sufocar tanta vontade dentro da minha utópica caixinha emocional?
Saiba que você ainda vale mais que qualquer proposta de compromisso ou promessas de amor eterno. E que, vale mil vezes mais as suas provas de gostar que as declarações amorosas insistentes surrando o pé do meu ouvido.
Não importa o que venha acontecer, meu bem, eu sempre voltarei. Porque o que me encanta são os motivos que você deixa para os meus periódicos retornos e a ausência desses para minha permanência estática e talvez, sem graça.
É tão bom falar da gente no plural novamente, não é só você e minha saudade, somos nós o nosso jeito, a nossa estupidez. No singular fica apenas você, oculto, como sujeito secundário na seguinte sentença: o melhor beijo do meu mundo, tem dono.