quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

8/80

Ser cuidadosa não é minha habilidade exaltada. Aquele papo de 8 ou 80, sabe ? É assim que eu costumo reger minha vida. Mas isso não tem nada a ver com a personalidade das pessoas com quem me relaciono.
Ele pode não gostar de mim, mas eu gosto dele. Então eu me doo totalmente, dou meu "melhor" de acordo com os limites impostos por ele. E isso qualquer dia desses vai me magoar. Mas mágoa nenhuma supera a sensação de: fui medíocre com o que eu sentia.
Tenho descoberto cada vez mais a facilidade que as pessoas têm em mentir para conseguirem o que querem. Todo mundo mente. Inclusive eu que inventei duas desculpas diferentes para os dois caras que me chamaram pra sair essa semana. Eu só menti porque me nego à sair por aí gritando aos quatro cantos que não sinto necessidade por outra pessoa, que não seja ele. Ainda que ele não faça questão de se importar com a minha espera por respostas ou não pergunte sobre o que anda acontecendo na minha vida. Mas daí vêm uma pessoa e diz que eu mereço alguém melhor. E que seja, eu ando de mente e coração abertos, e se um dia me encantar por outra pessoa, lá vamos nós quebrar a cara novamente. É um ciclo. 
Dito isso, ainda parece improvável me interessar de verdade por outro alguém. Ele me ensinou a amar a liberdade. E, desde então fui cativada por essa sensação de auto-suficiência;
Lembro que no início dessa relação, ele me descreveu como amante da vida. Eu concordei por não saber discordar. Por mais que eu soubesse ser apenas uma tentativa de me fazer acreditar naquilo.

domingo, 25 de janeiro de 2015

XXX-XI

Lembro daquela conversa, das respostas concedidas e da primeira impressão que ficou de você. Ainda guardo essa impressão, porque é hilário comparar com quem você realmente é ou, sei lá, demonstra ser.
Eu me preocupando em decifrar você, a gente... E três meses se passaram desde o dia em que eu fiz analogias -você sabe que elas não são meu forte- loucas e peguei teu número. Lembro do dia anterior, em que eu estava decida à não ir ao lugar onde nos encontramos. Lembro que no momento em que me virei e te vi, eu devia estar numa palestra sobre o curso de Direito. E confesso alguns calafrios cogitando não ter te conhecido. 
Desde então, você tem me consumido. Às vezes me pego em tentativas furadas de encher a cabeça, enquanto eu sei que você enche a cara e "não sabe" o que está fazendo. 
Eu invento uma versão de mim mesma, para que escondendo a verdade eu encontre paz. Não seria difícil me apaixonar por você. Até porque você tem, fatalmente, a facilidade de ativar minhas fraquezas, ainda que não saiba (e não queira saber) delas. 
Eu confesso que já recebi notícias incríveis e quis te contar no mesmo instante. Já quis dizer que estava num restaurante e tocou Gone Away (versão acústica) - The Offspring, e segundos depois ri de mim mesma ao estar certa de que você não faz a menor ideia de onde eu tirei essa música. Quis contar dos rumos que minha vida vai tomar. Quis dizer: eu gosto de estar aqui; quando me deitei próxima do seu peito, onde ouvia sua frequência cardíaca. Quis te mostrar umas fotos que eu tirei em uma das experiências mais incríveis da minha vida. Quis te contar porque eu detesto o Olavo de Carvalho. Quis acordar e ter mensagem sua desejando bom dia. Quis te mostras meus dotes culinários. Mas é que essas coisas não fazem parte do (nosso) contrato. E me forço a relembrar isso todos os dias, para que seja leve, como eu imploro que seja... Mesmo não querendo isso lá no fundo. 
Sua superfície me faz bem. E ainda que eu tema suas profundidades, gostaria de conhecê-las.

domingo, 18 de janeiro de 2015

O melhor canalha do mundo

www.t-ulipes.tumblr.com
Você mente, muito mal, aliás. E eu adoro essa tentativa de me ludibriar. É como se você estivesse se esforçando pra conseguir algo que tem de graça. Adoro seu jeito de me conduzir. Na sua companhia sinto estar sendo testada o tempo inteiro. E sem problemas, consigo agir naturalmente, arrancando teus sorrisos maldosos. 
Adoro a liberdade que tenho, ainda que sua boca me possua como nenhuma outra. Adoro ser livre quando sua mão invade minha cintura, minha nuca, minhas coxas... Adoro trocar olhares com moços por aí, até quando estou à caminho do seu prédio. Adoro quando você nunca faz questão de me segurar como um troféu. Sou louca pelo seu jeito canalha de ser. Amo ser sua posse no canto da casa que você chama de quarto. 
Adoro não valer nada com você. 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Eu tive você

Tumblr
Oi, moço. 
Ainda que não troquemos palavras diárias, decidi te contar, subitamente, que hoje acordei com uma vontade de re-descobrir o mundo. E não me importo com sua ausência de interesse nos meus anseios.
Minha rotina mudou bastante, você deve ter ficado sabendo... Mas ainda insisto em cultivar aquela ida à feirinha de comidas orientais, como fazíamos toda sexta-feira. O moço da barraca daquele bolo japonês que você adora, sempre me reconhece e ainda lembro da primeira vez em que ele me viu sózinha e perguntou por você, eu simplesmente disse que você estava por aí, ele baixou os olhos como que se lamentando ao me entregar o pacotinho do bolo. Paguei-o, dei o sorriso de sempre e lhe desejei boa noite.
Em dias cinzas ainda vou ao parque, nem que seja para encerrar mais um livro na beira do lago. Faço questão de passar pelos lugares que já foram privilegiados pelo nosso amor doce, puro, intenso e leve.
Ao passar pela galeria, ainda prefiro às escadas porque você sempre brincava com o fato das minhas panturrilhas serem gordinhas, e ousava me aconselhar a não subir pelas rampas.
Reconheço seu perfume de longe. Vejo aquele filme e lembro de você. Ainda insisto em perambular pela casa de calcinha com as janelas abertas, e você odiava saber disso. Gosto das fotos que trocávamos, não apaguei nenhum histórico das conversas porque acho gostoso ler do início e notar como foi fácil me apaixonar, e como será fácil isso acontecer novamente, repentinamente e gradualmente por outra pessoa. É lindo te relembrar, é satisfatório ter tido você, ainda que pelos instantes limitados que a vida e os instintos impuseram.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Como terminar uma terça-feira

Fingers
Blues tocando e seu ventilador de teto: sonoridade que embalou um sorriso, dois (ou mais) beijos, suas ações e minhas reações, o que você chama de "nosso jeito"...
Tudo ao nosso alcance. Me recuso às lembranças. Ainda que seja delicioso descobrir confiança em gestos, em possibilidades que acontecem, em sorrisos. Me sentir descoberta por você me leva à histeria e à inquietude. E talvez a imobilidade jamais será consequência em um dos nossos encontros e isso é promessa feita silenciosamente.
Daí você se aproximou, puxou meu braço rapidamente, e como num espetáculo, o guardinha da estação de metrô era nosso público e o show ficou por conta do beijo que você me deu.
Pouco distantes um do outro: "Tchau, se cuida" "Você também, moça. Feliz ano novo!" "Feliz ano novo!" -sorrisos-

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Tuesday happiness

Jachna | via Tumblr
Mensagem sua enquanto entro no elevador do seu prédio: a porta está aberta, a casa é sua, meu bem. Vou pro banho.
Abri a porta toda desconfiada, mas ao ouvir o barulho do seu chuveiro me tranquilizei um pouco. É que detestaria você notando meu risinho de satisfação ao sentir o teu cheiro na casa. Sentei no teu sofá, consegui terminar o capítulo do livro que estava lendo e isso foi uma vitória já que a ansiedade me distraía. 
Escutar o barulho da fechadura da porta do banheiro e não sair correndo pros teus braços foi uma tarefa bem complicada. Me aproximei calmamente tentando conter o sorriso. Foi um dos melhores abraços que recebi de você. Seu cheiro de pele limpa, seu cabelo pingando no meu ombro, seu sorriso tímido e finalmente sua voz, toda calma. 
Não me orgulho dos motivos que me levam até você, mas quando eu sinto sua presença, eu sei que não gostaria de estar em outro lugar por nada.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Gostinho de insatisfação

Desculpa aê, mas dessa vez sua indelicadeza não vai me descer goela abaixo. Queria me gabar de já ter dito isso mil vezes e que era para você já ter aprendido. Mas eu nunca fiz questão de cobrar nada, por achar que você fosse esperto demais pra saber que respeito é algo que vem intrínseco em qualquer relação.
Eu posso não ser o centro da sua vida (nem quero ser), mas nem que seja para seu uso casual, eu to te servindo. Logo, respeito é a base de uma pirâmide que nem existe mais, já que cada parte dela você tem feito questão de destruir ou deixar pra lá.
Eu estou, finalmente, sentindo algo que temia muito sentir por você ou por nós: arrependimento. Grande coisa, como se resolvesse eu me arrepender. Na verdade só piora, só me faz pensar no quão ingênua eu sou. 
Costumo me descrever como estúpida e isso sempre foi tranquilo para mim, até eu tropeçar na sua incansável frieza.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Individualidade

Não adianta andar por aí com intenções, expectativas, esperanças. Foco é extremamente necessário, mas pessoas e relações nunca foram objetivos para serem focados. O mundo está lotado de pessoas dependentes de relacionamentos, sejam eles quais forem. Longe de criticar casais, eu só quero fazer com que você olhe amistosamente para a vida de solteiro. É necessário auto-conhecimento para afirmar que a tal pessoa é a certa para você dividir parte da vida. E isso, só é passível de alcance, quando se está sózinho porque é fácil dizer que vocês são perfeitos um para o outro porque se gostam e não se vêm separados. E suas características próprias ? E os SEUS sonhos ?
Sabe, eu sempre achei que a adolescência não é o momento perfeito para ter um relacionamento muito sério - apesar de ter cometido esse erro, por 2 anos, aliás. Repito, não é uma crítica, é um alerta para a sua individualidade ressurgir, não importa se você namora ou não. Pessoas novas (como eu sou, eu sei) tendem a se deixar influenciar, se deixam levar por relações, e isso resulta, normalmente, numa vida conjunta, seus sonhos são os sonhos do seu parceiro, e não que seja errado, mas a vida surpreende e nem sempre é da maneira mais agradável. Pessoas desistem, erros ocorrem e perdões nem sempre são concedidos. E se um dia acaba, um lado da relação fica sem chão. 
Tentando simplificar mais ainda: se conheça, se ame, confie em si mesmo antes de querer conhecer alguém, amar alguém, confiar em alguém. E não busque o seu par ideal, nem busque nada, como disse na primeira linha desse texto. Se tem algo que aprendi nesse último ano é que, a distração contribui para sorrisos sinceros e felicidade repentina. Nada melhor que em uma situação banal a vida te surpreender dando aquele gostinho de: "o mundo conspira a meu favor".