sexta-feira, 18 de março de 2016

Uma falsa culpa

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Caminhando pra casa embaixo de chuva, o estridente toc-toc do meu salto contra o asfalto era praticamente silêncio quando comparado ao turbilhão de pensamentos que passavam pela minha cabeça. Ouvia tudo... Aquela voz que se apossou da fúria, da insegurança e me gritou covardias. Ouvi, chorei, e em meio a tantas palavras cuspidas, minha consciência zumbia baixinho, não me deixava aceitar nenhum sentença daquela boca que me falava.
Me concentrei na culpa que embrulhava o estômago e minha racionalidade impôs-se frente às manipulações, aos joguinhos, às amarras fictícias que muitos tentaram impor sobre mim. Culpa porquê? Cadê o erro? 
O erro foi dar corda para quem só quer o bônus e o ônus que se dane! O erro foi se desenhando na minha frente como uma retrospectiva: o que eu tenho vivido? Pelo quê tenho vivido? Pelo quê ainda quero viver? Eu não sei. Mas espero que nenhuma dessas respostas estejam relacionadas à pessoas que preferem deixar as coisas turvas.
Essa culpa não é minha, essa culpa é sua, que criou uma personagem e me escolheu para dar vida à ela nessa sua utopia vazia de amor próprio.
Não dançarei conforme a sua melodia. Adeus.

sexta-feira, 11 de março de 2016

O querer

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Eu não fui direta assim gratuitamente. Eu te quero agora pra não fazer cerimônia, pra te cumprimentar só depois de sentir o teu gosto descendo pela garganta. Quero ficar na pontinha do pé para facilitar o caminhar das tuas mãos até que essas possam apertar com firmeza os atributos que carrego junto aos quadris, abaixo das costas. Quero reclinar a cabeça para a direita enquanto você se aproveita do lado esquerdo do meu pescoço, e sentir cada centímetro do corpo arrepiar em questão de segundos.
Caminhar em sua direção e não dar espaço para palavra nenhuma sair dessa boca que, hoje, eu me obrigo a explorar sem limite algum. Sentir o morno das tuas costas e arrastar minhas unhas ali, como quem brinca de marcar território mesmo sem necessidade alguma. Te jogar no sofá, rebolar sobre o teu colo, mirar esses malditos olhos cor-de-ilusão e saciar mais vontade nesses lábios que tens. Depois descer, fazendo a mais interessante das trajetórias que seu corpo me oferece, engolir seu tesão e aí sim: Oi, como você tá?

sábado, 5 de março de 2016

Um cara de sorte

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Acordei na cama dela de novo, de verdade, nem sei o que me fez ficar. Talvez fosse o perfume novo ou o cafuné, talvez a deixa de um sexo matinal. Não sei.
Ela ta ali se arrumando para a faculdade, estou no celular e a tonta pensa que nem presto atenção nela. Ela já engraxou a bota, pintou os lábios de vermelho... Fico pensando se quem vê por acaso aqueles lábios sabe quão habilidosos são. Sinto uma pontada de ciúmes, dessas que dão uma reviravolta no estômago, mas logo passa. Eu estive à mercê das carícias dela à noite toda, sou eu quem rouba-lhe beijos e ganho bis. Não me preocupo.
Me deu um beijo de leve, disse que não deve demorar e que vai deixar um café pronto na cozinha pra mim.
Tudo isso de graça e por pura graça desse nosso amor. Sou ou com certeza sou o cara mais sortudo do mundo?