quarta-feira, 25 de março de 2015

Não diga que deixou de perceber

(1) Tumblr
Me lembrei das vezes em que me calei quando mais queria clamar por um carinho seu, quis suas mãos no meu cabelo sem segundas intenções. Mas como sua segurança transpassada nunca foi real, não ousei me abrir contigo. Os detalhes não me fogem da memória, infelizmente. É quase inesquecível o dia em que a porta do seu elevador fechou e você simplesmente desapareceu; enquanto descia, segurei o choro com um torcer de nariz e repeti que estava tudo bem, relembrando todos os termos da nossa relação fajuta. Ir embora sózinha e me sentir sózinha já não faz sentido. Eu fui fiel à esse devaneio em troca das suas poucas palavras, do seu carinho nas costas e de uns desesperos que enfrentei sem medo. E que hoje não enfrentaria mais.
Toda aquela superficialidade me fazia tão completa.
 Bebo um vinho barato e deixo a maquiagem ir embora com as gotinhas da água salgada que insistem abandonar meu organismo pelos olhos. Nesses momentos eu procuro alguma segurança e seu nome já não me vêm à mente. Nem sei mais do seu abraço e de como era odiar você por beber demais e sair distribuindo por aí o melhor beijo do mundo (seu). 
O tempo faz estragos irreparáveis, meu bem, e o destino faz propostas irrecusáveis.
Todo cuidado é pouco.

sábado, 14 de março de 2015

Estava ali o tempo todo

Cheguei. Não acendi nenhuma luz. Fui pro banho. Chegando no quarto, simplesmente deixei a toalha cair, me deixando cair junto na cama, deixando as lágrimas caírem, finalmente sem culpa. 
...
Eu não quero esquecer o caminho da sua casa e, muito menos, quero nunca mais poder entrelaçar meus dedos nos seus, como se fosse uma conquista. E de fato foi. 
Eu nunca precisei sentir medo. Nem nunca fiz questão de me questionar algumas desnecessariedades*...Aliás, perdoe minha insuficiência por não ser motivo de orgulho na sua roda de amigos. Estou sempre escondida. Nunca sei de nada, e você muito menos sabe de mim ou do que vai ser de mim. E é tão vã a minha dedicação esses tempo todo. Me sinto tão vazia, e dói um bocado saber que é isso que você espera de mim, nada além de uma vontade periódica e um cafuné depois de tudo.
Eu deixei vestígios, confiei na sua percepção, no tal "detalhismo" do qual você vive se gabando. E nada. Meu rímel borrado no seu travesseiro; a carência; a pontinha do meu nariz vermelho (um pré-choro); Minha mão tão perto querendo o afago da tua. E nem isso, e nada. Apenas um carinho avulso, um apelido aqui, um beijo ali. E está suficiente.
Confesso que me peguei vasculhando as memórias ruins sobre você, pra tentar te odiar um pouquinho. Pra ver se essa graça do destino veio pra me testar ou pra me salvar de você. Não quero ser salva. Eu quero estar a salvo com você. Todo esse alarde pode ser em vão, tanto quanto a minha fidelidade à você, mas eu não dou minha cara à tapa, e você, dá ?

quarta-feira, 11 de março de 2015

Meu bem...

bed
Hoje foi um dia daqueles que não soube nada sobre você. Dos dias em que com certeza você se ocupou com uma outra qualquer por aí. E, definitivamente, não era o que eu precisava agora. Da sua ausência, desse espaço que você tem deixado vazio. Tão confiante pra não me prometer nada e achar que eu vou estar sempre presente e que nenhum pretendente possa aparecer. Você nem se preocupa e me ocupa a mente o dia inteiro.
Por um momento eu não queria ser a sua 'relação fixa (?)'. Adoraria tomar o lugar das suas ficantes, talvez hoje teria sido o meu dia da semana, e eu teria o que preciso. 
Esqueci que nesse meio tempo eu dividi muito de mim com você. Como se você se importasse... Mas pra todo lado que eu olho eu vejo pedaços teus. Escondi as tuas coisas, só pra poder entrar no meu quarto e tentar sentir paz. Mas você sempre dá um jeito de aparecer, seja no batom tombado na penteadeira, do qual você gosta que eu use; ou naquela blusa jogada no chão, que você disse adorar naquele sábado... E, até mesmo nas lágrimas que já não faço mais questão de segurar. Elas são puramente você, por você.
E eu queria te ligar, confesso, mas tô muito sem o que dizer e você me ver (ouvir) nesse estado é o que eu menos quero. Pensei em aparecer e ir correndo ao teu abraço, só pra ter certeza das minhas escolhas. Mas eu entendo, você não quer saber, e isso não é errado. Você tem sua vida, eu a minha e a vida segue. Só que eu nunca tive medo de ter que seguir esquecendo o caminho da sua casa e dos despretensiosos carinhos que você me dá. Eu não quero me perder de você.
Me cuida, por favor, pode ser de mentirinha. Finge que se importa, abre a porta e me abraça como se eu fosse quem você estivesse esperando a semana inteira pra ver.
Eu não quero ir embora, ainda temos muita história por fazer.

terça-feira, 10 de março de 2015

Vida

Untitled
Deus me livre ter que morrer de saudade ou com saudade.
Quero ser um pouco de cada olhar e coração que conquistei.
E não deixarei noites em claro tornarem escuros os dias.
Entrarei em novas histórias e sairei de fininho.
Quero saber do que te faz feliz só pra satisfazer a curiosidade.
Quero me jogar sem equipamentos de segurança emocionais; sentir com tudo que tenho direito.
E depois ainda quero chorar, me agarrando à falsa certeza de um amanhã ensolarado.
Eu detestarei beirar um "E se?!"
E num dia o lucro será os sorrisos que causei.

sábado, 7 de março de 2015

Vem cá?

Couple goals neck kisses
Eu queria tanto você deitado aqui no sofá, mesmo que não largasse do celular, mesmo que caísse no sono, mesmo que não me dando atenção nenhuma. Queria que soubesse que quando sento aqui pra escrever, pego sempre uma xícara de cappuccino e, às vezes, cookies. Queria que soubesse que enquanto penso na coerência textual ou na sua incoerência, eu devoro todos os cookies e metade do cappuccino já se foi.
Queria que em meio a distração com o celular, seus olhos me procurassem para apenas conferir minha existência. Queria seu silêncio. Queria você indo à cozinha de cueca azul-marinho, com o cabelo bem bagunçado e sem pretensão de destinos. Queria sua tensão bem disfarçada aqui pertinho. Queria sentir um pouco do amargo que você exala, pra confundir com o doce do seu beijo. Só pra ter certeza do que escrever nesse espaço aqui. Só pro meu prazer. Só pra te chamar de meu, meu bem.
Só pra sorrir pro mundo o sorriso que você me provoca.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Já faz tempo

lovers | via Tumblr
Eu não entendo porque nossas mãos se entrelaçam numa sintonia inigualável e os nossos instintos, não. Quando a gente se encontra nem parece que você não gosta mesmo de mim, nem dá pra sentir raiva dos beijos que você saiu distribuindo naquela festa da semana passada.
Ah... Se você soubesse das vezes em que, embebecida de ciúmes, ensaiei jeitos de dizer que não dá mais. E tentando argumentar contra os meus sentimentos, falhei.
Eu confiei tanto que teus excessos seriam invisíveis ou, vencíveis, que fui me envolvendo, convencida de que seria algo com prazo de validade de um mês, no máximo. Já são quatro. E é muito tempo sabendo de você. Já vivenciei dois cortes de cabelo seus, um acidente de carro, sua barba crescendo, o natal, algumas conquistas, sua voz de sono, seu corpo saindo do banho, seus olhos fechando, suas mãos invadindo meu corpo e seu veneno entorpecendo meus conceitos.
Fico me perguntando se conforme a passagem do tempo, vou cantar na sua frente sem receios e dizer que te gosto sem rodeios...
Que nossa essência não se perca, e que eu ainda possa nos descrever no plural porque é mais gostoso assim.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Por hoje, chega.

;) | via Tumblr
É exaustiva essa auto-proibição, essa limitação, sua ausência de consideração.
Tá tudo bem...O choro não é daqueles embalados por soluços ou com picos de desespero. É dos que fazem tudo queimar, e lágrimas caírem tão naturais quanto as minhas inúmeras quedas por você. Desses que as pessoas em volta se assustam e oferecem ajuda.
Por hoje, chega. 
Estou farta de você, das desculpas esfarrapadas, das mensagens não respondidas, do carinho não concedido.
E que meu anestésico esteja nos braços de outro. Que a bebida seja forte e me torne fraca à algum riso confortante. Que a raiva me impulsione a fazer coisas das quais me arrependerei na manhã seguinte. E que seu nome não me venha em mente, não quero novos nomes, também...Quero sensações, experiências, variedade de sabores. Que é pra minha parte do trato ser cumprida, porque eu não passo de uma sócia no teu mundo de negócios. Você é o chefe, várias funcionárias, vários negócios... Mas tô indo ali arranjar uma hora extra antes que meu trabalho fixo me suba à cabeça e eu esqueça que existe vida fora dele. Você não se importa mesmo...Digo sobre o trabalho, sobre mim, sobre a nossa relação. 
E se depois eu ainda for bater na sua porta, e esperar ansiosa pelo barulho da fechadura, e te abraçar forte, reconheça a responsabilidade que está abraçando.