quarta-feira, 29 de abril de 2015

Continuo a mesma

Feelings
Se você acha que vou me trancar num quarto, que vou me entupir de doces e chorar eternamente por semanas. Você está certo, mas não quanto ao período; resumi as muitas semanas em horas da minha madrugada. Já já preciso enfrentar uma sala fria com centenas de pessoas me olhando entrar pela porta, e tudo bem, continuo a mesma de uns dois meses atrás, talvez com o cabelo mais curto e com pensamentos alargados, alagados...
Só queria dizer - e talvez você respire aliviado ou sinta uma pontada de ciúmes-, que meu trem não parou na estação em que você desceu. O percurso é longo, nem da metade eu passei e sinto muito pela ingenuidade de achar que o mundo está desabando, mas isso passa. Viu?! Já passou... 
Ah! Que essa sensação de mundo me consuma novamente! Tantos lugares para disfrutar, tantos sotaques e idiomas pra conhecer na ponta da língua (literalmente), tantos sonhos pra realizar...Afinal, nunca ouvi falar de indivíduos que morreram por amor. Ninguém morre por amor, as pessoas vivem dele ou por ele.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Um abraço pôde mudar o meu dia

dark
O dia de hoje teve seus contrastes, e agora no final dele não sei quanta relevância tem a decisão de chorar ou chorar de felicidade. É incrível como relembrar e reviver pessoas do passado, me faz manter a cabeça no lugar e os pensamentos no futuro.
Não tirando o mérito de quem está sempre do meu lado insistindo que "Anna, a felicidade está em você, seja lá com quem ou 'sem quem' você esteja.' Mas, minha percepção, que antes já fora mais aguçada, me trouxe à tona uma cadeia de soluções para problemas inevitáveis que a vida vai posicionando no meu caminho.
Me sinto no direito de sair um pouquinho da minha vida e assistir tudo de camarote. Às vezes sou aquela espectadora que revira os olhos de nojo, outras sou daquelas que sentem vergonha alheia e outras vezes consigo sorrir aliviada por ter caído no caminho certo. Depois de assistir o filme da minha vida, cai a ficha de que tudo é tão simples e que loucas são as pessoas que insistem em complicar, que querem mais do que a alma pode abrigar e que desfazem as pazes com a própria essência apenas pro seu orgulho não ser pisoteado. 
E acabo chorando sem saber qual lado emocional escolher , porque isso me faz sentir humana, me eleva à singularidade da humanidade, do mundo sensível e não me deixa perder o eixo por corações gelados quase que robotizados.

sábado, 25 de abril de 2015

Não muito sóbria

Untitled
Hoje eu estava num restaurante com uma pegada de bar. Já meio alta a declarar minhas mágoas -lembrando que não faço isso sóbria - no twitter e recebi um e-mail de um amigo recente, com um texto que basicamente dizia que o ódio é a pior maneira de gastar o curto tempo de vida que temos. Ainda que com as ideias pouco norteadas e, com um sentimento vazio ao mesmo tempo que espesso contorcendo cada canto do meu corpo, voltei ao meu eixo psicológico e, de maneira racional, passei a pensar se eu orgulharia à Anna de um passado próximo que traçava planos grandiosos, que não se deixava perder por meras oportunidades de um destino que ela nem sequer sabe se acredita. Essa Anna tinha princípios metódicos, e a Anna que hoje me representa já não sabe onde se firmar, e sai catando seus princípios em bares, em frases como: 'está tudo bem, mantenha a calma'...
Vivo à procura da Anna que se recusava ao ódio, e que fazia cara boa para o futuro que considerava promissor. 
No Futurismo existe uma vertente teórica afirmando que 'o homem precisa de um inimigo para evoluir'. E me ocorre um frio na barriga quando aceito tal vertente como verdade absoluta. Essa perca da ingenuidade e crença na guerra como meio para conquistas, vai extraindo o doce que regia meu interior.
O antigo futuro que hoje se apresenta como presente e agora, me fazem repensar na ideia de crescer e como isso tem sido distorcido de acordo com as expectativas previamente tidas.
...
Ainda que clichê: como é difícil crescer... O jeito é aceitar que auto-suficiência inexiste e que sempre haverá algo a mais para aprender, confio que com humildade e persistência chegaremos perto do auge, mas jamais lá.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Me permita amar com a veracidade que a alma exige

LensCulture - Contemporary Photography
Você grita suas posses e eu me calo.
Porque você não acha mais adorável o meu cantar. Porque não me sinto feliz o suficiente pra escutar nossa música; quando é a vez dela no aleatório, eu passo pra próxima. Porque dou linha pra qualquer papo meia boca nas tardes, já que o vazio deixado por você me leva ao desespero em segundos.
Eu vivo a me controlar, a tentar extrair os excessos de carinho que antes eram pra ti, a contar histórias nesse lugar porque sobre nós me machucaria escrever, ainda que eu exija um pouco da nossa essência aqui, não pode passar em branco, não é mesmo?
Deixe me ser, antes que eu finalmente seja, bem longe do que hoje sou: sua.


Não passa, nem passará


Você nunca me amou e eu nunca acreditei que amasse mesmo... Mas ainda que em meio as suas desventuras sexuais, profissionais e sociais você se importava e hoje não fez sentido a despedida.  Era surreal. Você de tantas outras bocas quis minha presença e isso me era tão suficiente. Esse querer, sabe? Vontade de verdade.
Passo por aqui, releio os arquivos da época em que eu ainda fazia parte da sua rotina, era tão confuso e tão bom... Fico me perguntando quando é que alguém vai me levar pra cama novamente ao som de Taylor Swift (hahahaha), playlist idiota aquela... Me pego rindo, vou aí no seu bairro, desço na nossa estação do metrô, essa que já foi palco de beijos, frios-na-barriga e lágrimas também...
A veracidade da nossa essência dava-se porque não haviam motivos nem espaço para superficialidades ditas da boca pra fora. Não existiam amarras, apego, nem medo. A ausência desses ingredientes resultava na receita que todos buscam. E nós tínhamos isso, então porque eu cedi à pressão? Não quero acreditar que a escolha foi minha. Ambiciosa, de um tanto que consegui retroceder de um jeito que me envergonha.
Eu sinto uma saudade da verdade que éramos, da sua demora, da sua casa, das roupas jogadas, do seu sono leve, do seu cafuné, do seu sofá, do seu: 'oooi' ao atender minhas chamadas, das desculpas (sim, até mesmo delas), do seu jeito gostoso de sorrir, da maldade, do ciúme fútil que eu conseguia sentir. Você tão seu, eu tão sua...
Não faz parte dos meus proclamados princípios essa situação toda. Não sou eu. Por favor, enxergue! Esbarre em mim por aí e me convença de que ainda é tempo. Me guie com tuas mãos firmes, me iluda com o jeito de bom moço e não me deixe ir novamente, jamais.


Já é tarde.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Fique

Heart
Sabe, já não é domingo sem seus beijos. A semana já não começa em paz e me perco em meio aos desejos... Não sei bem como a gente foi se reencontrar, mas conheço a certeza dos seus abraços e isso basta.
Basta porque essa convivência me faz ver graça nas coisas mais sutis, me faz sentir tesão em viver, me causa orgasmos no ato de desfrutar cada oportunidade da vida, sabendo que você tá ali presente com o sorriso mais gostoso do mundo no rosto. Você é aquele que deixa o medo da morte chegar perto mesmo eu sabendo que a única certeza oferecida pela vida é um fim. E que minha existência seja findada com a sua presença que é pra eu ir embora satisfeita.
O amor vem chegando tão mansinho, e apesar de toda pressa que ele atiça, fica e se estabelece calmo e concreto. Boba eu que acreditei já ter amado, quando na verdade você que vem me mostrando o quão simples é amar e que toda essa naturalidade é o que faz permanecer tamanho sentimento dentro de almas tão diminutas.
Já planejo viagens contigo e, também, viagens sózinha que é pra eu ter o prazer de ver você todo ansioso me esperando num aeroporto qualquer. Já quero memórias, apesar das muitas que criamos. Já não sei se tudo estaria tão bem, não fossem teus carinhos e tuas despedidas de boa noite. Já quero sair por aí, passeando com cachorros e te olhando de soslaio porque você fica ainda mais lindo distraído. Já quero sua mãe questionando as marcas de batom na sua camisa clara. Já me faz querer achar um lago deserto pra gente nadar e trocar beijos regados de raios de sol e cantos de pássaros que darão trilha sonora ao nosso amor mesmo repletos de inocência. Já me faz tornar os menores feixes de luz na imensidão de arco-íris. E, já me fez abafar tempestades em copos d'água com tal facilidade que surpreende.
Continue aqui, vamos transpor amor ao mundo até mesmo quando o planeta exigir guerra.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Mentiras insustentáveis

J a c k Elizabeth. | via Tumblr
Uma hora seria assim mesmo. Fomos uma mentira e, por havermos sido tão superficiais, sou como a poeira que te visitava pela janela, sujando a escrivaninha. Me despeço sem um beijo e saio trancando a janela. Que é pra você não precisar limpar mais a tal escrivaninha.
Foram semanas longe de receber um toque seu, e tudo mudou quando imaginei você com aquela "amiga" da sua faculdade, juntos, e aquele frio na barriga não aconteceu. Foi quando eu me oportunizei um encontro. Quando semi cerrei os olhos e vi uma boca que não era a sua, uma mão na minha nuca prometendo tanto, um sorriso que inspirava segurança e que me provava no decorrer da noite que fui leiga quando encaixei você no meu conceito de suficiência.
Errei em não protestar quando a situação me fazia mal. Errei também quando passei a me acostumar com as noites mal dormidas e olhos cheio d'água. Pequei contra meu caráter aceitando seus devaneios. Entretanto pecaria mais ainda, inevitavelmente, se não tivesse me arriscado nessa experiência, se não tivesse a audácia suficiente pra engolir com cara boa a realidade de um mundo que eu ainda não conhecia. Eu vou me jogando por aí, assim como eu fiz agora, larguei a comodidade dos teus abraços e lençóis pra arriscar a segurança que almejo nas oportunidades da vida, nos lábios doces de um moço aí, nas minhas certezas.
Pode dizer que sou nova e isso denota traços imaturos da minha parte, mas minha essência é essa e assim será, aos 17, 25... Até os 80.