domingo, 27 de setembro de 2015

Coisa minha

Little Talks | via Facebook

A cama da nossa última cama eu não refiz. O deslize dos teus dedos no meu rosto, eu não desfiz. Sua riso ecoa por aqui ainda. E não quero mudar nada, deixa assim do jeito que estava quando seu toque era a única coisa que importava. A bagunça que você fez comigo por aqui se assemelha à bagunça que você faz com o que eu sinto, e eu gosto disso.
Gosto da pureza que somos ainda que exista obscuridade em cada um.
Te gosto porque te tenho sem ter, porque você me tem e finge não ter.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Gosto de gente simples

Untitled

Gosto de gente simples.
De gente que acorda e encara o que sente, mas acorda disposto a sair e fazer alguém sorrir;
De gente que atravessa a cidade por um sorriso específico;
De gente que tem um sorriso singular que me faz atravessar a cidade por ele;
De gente que prolonga a conversa falando que a vó está na cozinha fazendo bolinho de chuva;
De gente que ama mesmo, que não retrai os sentimentos, que vive por sentir;
De gente corajosa que fala olhando nos olhos;
De gente que se cala quando a utilidade do que tem a dizer inexiste;
De gente que acompanha minha cantoria aleatória;
De gente do riso fácil, até quando é para rir de si mesmo;
De gente que se dispõe à aventuras que podem claramente dar o oposto de certo;
De gente que não aguarda aprovação alheia;
De gente que mais faz do que fala;
De gente que se traduz em palavras;
De gente que não sabe montar um texto, mas sabe demonstrar num olhar;
De gente que não se esconde dos prazeres da vida;
De gente que vive.
Mas, principalmente, de gente que passe longe de ter todas as qualidades supracitadas, porque eu gosto mesmo é de gente defeituosa, de gente real.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Tô com saudade

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Deixa eu te amar hoje? Mas amar de verdade. Fazer amor com teoria e não só prática, te beijar a boca com vontade, te deixar ir embora já com saudade. 
Me olha nos olhos, mas de verdade, não com aquela expectativa de um tesão passageiro. Me olhe além do "E aí, o que tem pra hoje?", me prove que o orgasmo é detalhe e me prove também, ao pé da letra.
Destreza, por favor. Me toca o corpo e alma, me dispa dos preceitos, das preocupações, dos anseios, da razão. Deixa eu ser emoção, só hoje. Dessa vez eu te quero e não só quero você. Tem diferença, não sei se você sabe. 
Você sabe que a calma atrai meus arrepios tal qual fazem teus vestígios de saliva na minha nuca e pescoço. 
Vem, mas não diz nada porque apesar da sua voz ser música para os meus ouvidos, quero te ouvir em expressões, quero mais sentir que decodificar as palavras que você cospe. 
Vem e seja de verdade, porque faz tempo que não me sinto assim.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Acasos da vida

Not my edit
Hoje eu não tive vontade de escrever sobre qualquer carinha que fez uma noite ou um papo valer à pena na vida. Hoje eu só quis saber de nós. Só nós, nosso caso que apesar de velho não me deixa esquecer dos acasos da vida. Sexta-feira, lembra? Cheguei a ir embora do nosso encontro desarranjado e me arrepia saber que eu podia ter ido embora também da sua vida sem nem mesmo ter te dado sinais da minha risada da qual você já disse por vezes adorar... Eu iria embora sem saber que a melhor visão do universo é te ver saindo do banho e entrando no quarto e que apesar de você ter vícios por camisetas pretas, a cor que te cai melhor é cor nenhuma, vulgo seu tom de pele. Temo cogitar não ter conseguido um riso teu, temo cogitar não ter seus fios de cabelo por entre meus dedos nos momentos em que beiro a loucura e depois desses também, temo cogitar não saber que leva cerca de dois minutos pra você cair em sono profundo, temo tanto que às vezes perco proveitos...

É estranho dizer que sei qual dos vários botões do interruptor do seu quarto liga o ventilador, da mesma forma que é estranho você não saber que meu sorvete favorito é de passas ao rum. E não deixa de ser um estranho gostoso. A euforia dos primeiros encontros ainda é percebida em cada descoberta.
Não sei por quê funcionamos tão bem, de verdade. Antes, julguei me conhecer demais sem ter experimentado nem metade do que a vida podia me oferecer e nos primeiros meses garantia toda noite que na manhã seguinte lhe diria que já basta. Hoje em dia, toda noite garanto que preciso mais de mim mesma e quando já é manhã, às vezes, acordo com vontade de você e sei que já não me basto dos encontros que tivemos.