quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Acasos da vida

Not my edit
Hoje eu não tive vontade de escrever sobre qualquer carinha que fez uma noite ou um papo valer à pena na vida. Hoje eu só quis saber de nós. Só nós, nosso caso que apesar de velho não me deixa esquecer dos acasos da vida. Sexta-feira, lembra? Cheguei a ir embora do nosso encontro desarranjado e me arrepia saber que eu podia ter ido embora também da sua vida sem nem mesmo ter te dado sinais da minha risada da qual você já disse por vezes adorar... Eu iria embora sem saber que a melhor visão do universo é te ver saindo do banho e entrando no quarto e que apesar de você ter vícios por camisetas pretas, a cor que te cai melhor é cor nenhuma, vulgo seu tom de pele. Temo cogitar não ter conseguido um riso teu, temo cogitar não ter seus fios de cabelo por entre meus dedos nos momentos em que beiro a loucura e depois desses também, temo cogitar não saber que leva cerca de dois minutos pra você cair em sono profundo, temo tanto que às vezes perco proveitos...

É estranho dizer que sei qual dos vários botões do interruptor do seu quarto liga o ventilador, da mesma forma que é estranho você não saber que meu sorvete favorito é de passas ao rum. E não deixa de ser um estranho gostoso. A euforia dos primeiros encontros ainda é percebida em cada descoberta.
Não sei por quê funcionamos tão bem, de verdade. Antes, julguei me conhecer demais sem ter experimentado nem metade do que a vida podia me oferecer e nos primeiros meses garantia toda noite que na manhã seguinte lhe diria que já basta. Hoje em dia, toda noite garanto que preciso mais de mim mesma e quando já é manhã, às vezes, acordo com vontade de você e sei que já não me basto dos encontros que tivemos.