quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Beleza antiga


Não sei o que aconteceu, mas essa manhã não estava feliz com a minha aparência então, coloquei meu headphone e selecionei o modo aleatório; abri minha estufa de maquiagens, construí algo que costuma dar certo, mas nessa manhã, não deu; busquei meu delineador da marca mais cara, meu perfume favorito, meu jeans que sempre caía bem. Nada dava certo.
Fiquei debruçada no parapeito da varanda - como é horário de verão, o sol ainda estava por vir -, a sequência aleatória de músicas não me perdoou e me levou àquela música.
Como se já não bastasse o esforço que fiz pra tirar você completamente da minha mente, vem àquela bendita música me lembrar de como você amava meu sorriso; de como brincava com as ondulações do meu cabelo, as encarava meio perplexo, outras vezes, confuso; de como você era fiel à ideia de eu ser a mulher mais linda do mundo.
Voltando ao quarto, me olhei novamente no espelho e questionei de onde você tirava tanta beleza. E quando a música chegou no refrão eu finalmente relembrei: "A beleza é algo que vem de dentro". Eu era linda porque o sentimento que habitava em mim era, sobretudo, belo. Era o seu efeito florescendo pelas minhas células (?) . Era sua voz me trazendo uma leveza infinita. Eram meus olhos brilhando ao apreciar seus sorrisos. Era tudo culpa sua e eu faço com que continue sendo. Você revigora meu ares, mesmo tendo ficado numa parte da vida que não volta e, que nem precisa voltar.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Um pouco de tudo


Você não nota que finalmente se tornou mulher quando seus seios dão sinal de vida ou quando começa a chamar atenção de alguns meninos.
A ficha apenas cai quando você é ensinada que o destino não vai obedecer os encantos dos contos de fada que nos foi ensinados pela infância, quase como dogmatismos.
Claro que seria bem mais cômodo acreditar no que boa parte da sociedade pseudo-otimista diz. Entretanto, a vida é bem mais que acreditar num príncipe que foi feito pra você e que, o destino se encarregará de fazer vocês dois se cruzarem numa ocasião bem clichê que você provavelmente sentiria orgulho em contar para as amigas ou para os futuros netos. Não é assim. 
Talvez você seja desse tipo acomodada, mas eu prefiro (de coração) acreditar que não... É tão mais gostoso se pegar tão bem, depois de um fora ou notar que algo bom vem acontecendo por esforço somente seu. 
Agora, tanto homens quanto mulheres, precisam da individualidade. O que vejo por aí de amores fajutos, me dá até preguiça. Muitas vezes as pessoas estão tão dispostas a levar uma vida à dois, que esquecem da vida própria, do amor próprio, dos próprios sonhos, e vendo de fora, entristece um pouco. Eu não me meto, sabe ? Porque, atualmente, se você tenta ajudar com críticas construtivas, é lida como invejosa. Eu fico na minha, esperando que alguém não apenas passe os olhos por isso aqui, mas que abra o coração e se apegue aos bons conselhos que lhes for convenientes.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Amores internacionais

Não me leve tão à sério meu bem, também não venha com ideais de reter minha essência. Você sabe...
Em um mês vou estar na Itália, provavelmente, estarei fazendo a boa moça para um Italiano daqueles. Na semana seguinte, talvez um holandês me convide para o teatro e você sabe que não resisto à romances internacionais. A ausência de palavras conexas ditam as atitudes. E pelo que conheço dos europeus, eles sabem agir - E como!
Mundo à fora é a minha casa. A casa deles serão meus destinos e, aqueles lábios serão onde encontrarei neutralização. 
Olhares diferentes, desafiadores. Sabores que confundem minha mente, mas que nem chegam perto do meu coração.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Te querendo

Noite fria, eu me perdendo em equações químicas e você aí. Talvez querendo vir se perder também, mas tenha a audácia de se perder nas minhas curvas, faça os caminhos que já sabe onde nos levará. Já me conhece, sabe que não faço o tipo mulherzinha medíocre em situações que imploram por um quê à mais.
Sabe perfeitamente decifrar num beijo o que eu espero daquele dia ou noite. Num toque, enaltece todo o suor ríspido psicológico de uma semana inteira. Brinca com reações provocadas. Sabe quanta energia os próprios lábios (macios) carregam. Tem noção da intensidade com que a língua impõe sua ausência de pudores dentro da minha boca. Sabe por onde começar e me deixar sem saber como fazer aquilo acabar -como se eu quisesse que acabasse-.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Estou deixando essas memórias e junto, você.


Um ano, ou mais. 
Eu era sua. Te via e ficava sem chão, no meu pensamento rondavam expectativas de pertencer à você algum dia. Tive isso. Meses depois me vi viciada naquele sentimento. Logo me encontrei quase morta psicologicamente, após o seu "preciso ficar sózinho." 
Você se livrou de mim. E dessa forma tive oportunidades incríveis, de beijar bocas incríveis, de conhecer pessoas incríveis, de me tornar incrível. 
Daí eu descobri que contigo eu era apenas uma subordinada de coração imundo. 
Hoje, ainda te vejo, ainda te penso, mas finalmente, sorrio. Rio por saber que a sua ação, resultou efeitos melhores em mim que em você. 
Me divirto com a sensação de liberdade, desde o momento em que você largou minha mão.
Só que hoje parei para TE fazer pensar que são os últimos dias em que você sentirá minha presença e mesmo que tente resistir, você não disfarça bem sua valorização pelo o meu "estar ali". Você olha sim, as pessoas notam e eu finjo que nem ligo. Você não é má pessoa -repito pela milésima vez- só que essa sua preguiça da vida e essa vontade de assistir tudo de camarote e não participar do espetáculo, me fazem ter pena de você.
Duas semanas, ou menos.
É o que nos resta para um encontro de olhares, pela última vez. A última brisa que virá da nossa passagem mútua um pelo outro e teremos um sorriso forçado da sua parte e um sorriso simples, limpo e puro da minha, para que eu me eternize assim na sua memória.

domingo, 16 de novembro de 2014

Noutro canto

Ela estava lá, era quase noite, eu bebia feito um louco buscando em cada nova dose uma queda de consciência. Ela bebia suco natural, enquanto lia um livro daqueles grandes, o cabelo dela estava preso num coque mal feito, tinha também um batom vermelho contornando seus simétricos lábios. Não sei como conseguia estar tão concentrada num lugar barulhento desses. Pernas cruzadas -e que pernas!- o vestidinho preto leve que ela usava parecia contornar perfeitamente aquele corpo com delicadeza. 
Minutos apreciando ela e nem precisei mais de bebida, o jeito dela já me embriagava. Ela começou a guardar suas coisas e tirou sua carteira da bolsa, levantou, conferiu se não havia esquecido nada e foi em direção ao caixa. Não sou do tipo que chega em mulheres desconhecidas. Apesar da idade, não acho certo querer tudo com uma mera garota que vi de longe, há minutos. Mas ela parecia certa apesar da ocasião ser errada. A bebida agindo no organismo deu um empurrãozinho para que eu a tocasse o braço e dissesse que a estava observando. Ela ficou assustada, deu um sorrisinho rápido e desviou o olhar. Eu disse meu nome, ela retribuiu com o dela e em seguida declarou estar atrasada. Eu a disse que se ela viesse comigo, não estaria atrasada para mais nada. Ela sorriu e, surpreendentemente, me puxou para fora do local.
Começamos a bater papo nos afastando lentamente do bar e lembrei que meu carro estava estacionado ali perto. A convidei despretensiosamente para uma volta...
A volta foi dada, era tarde já e chovia. O silencio nos consumia até que ela falou: vira a próxima direita. Obedeci feito um cachorro. Apenas acenei que sim com a cabeça e fiz o que aquela moça de papo bom e sorriso leve disse. Entramos num estacionamento à céu aberto, bem vazio e mal iluminado. A velocidade do carro estava reduzida à 10 km/h. Eu não questionei sobre nada, só olhava e sorria pra ela enquanto dava voltas pelo estacionamento. Ela finalmente manda eu parar. Quando eu paro, ela tira meu cinto de segurança, tira o dela, e vem com sede à minha boca. Vi meu corpo se misturar com o dela, vi os vidros embaçarem, vi ela se arrepiar, vi seu vestido desabotoar, ouvi a chuva e, descobri um tipo novo de mulher. Soube naquele momento que ela era de fato, certa. E não fácil, ela era livre e esbanjava sua confiança em cada movimento.

sábado, 15 de novembro de 2014

Porquê gosto dele ?


Muitas pessoas perguntam para mim o que faz meus olhos saltarem ao ver um cara. E não é tão simples responder. Tenho preferências, claro. Mas sou inconstante quanto aos meus gostos.
Ele tem o que eu quero na ponta da língua (literalmente também), sabe conversar, rebater e não se sente reprimido se eu não concordo. O perfume dele me embebeda, faz com que a realidade se torne um canto mais aconchegante para viver. O cabelo dele parece abrir caminho para que os meus dedos possam se entrelaçar ali, enquanto o beijo. O sorriso dele por si só é fora do comum, mas aqueles que ele solta entre um beijo e outro, me faz exigir cada vez mais da situação. A mão dele conhece o contorno das minhas curvas. Ele sabe como cada parte funciona. Ações rápidas e precisas. Não é daqueles que parecem ter aversão à mulheres.
Insegurança passa longe, mas ele mantém a dose de humildade e humanidade necessários para me surpreender à cada gesto de expressão.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Ele, de novo

Há algum tempo não via minha seriedade ser despida após uma simples mensagem. Nesse momento busco qualquer ponto fixo que possa me manter com os pés no chão, ainda que meu coração voe aí, na tua mão -mão da qual desembaraça meu cabelo enquanto nos beijamos-. E talvez eu esteja aflita demais para começo de conversa. E penso que não devia ter procurado confusão... Só que enquanto digito isso, algo arde em mim, queimando todos os nós que interrompem minha euforia.
Vou toda arisca até você com o caminhar em que se perde todo, coloco a mão no cabelo, bagunçando-o e acabo por deixar peças do que eu disse e notas do meu perfume doce, soltos no ar. Me aproximo e seu olhar sagaz me devora, me agarra, me diz coisas sem pudor algum, me enlouquece sem toque. Essa tua feição já faz tudo por si só. 
Minha vez.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Revoluções

Sua menina de humanas se converteu na mulher de exatas, e nem mais sua, é. Ela inverteu os polos, deu um passo em falso e notou que estava segura. Bem resolvida e cheia de histórias pra contar.
Dia desses ela foi beber no bar, com aqueles amigos seus e foi por coincidência, tá ? Acabou beijando um deles, e me desculpe dizer, mas a última coisa em que ela pensou, foi em você.
Voltou sózinha pra casa, caminhando às uma da manhã com o salto na mão. E dali em diante ela soube realmente que você não fazia mais parte de nada nela.

sábado, 8 de novembro de 2014

Sobre ele

Você não deve estar pensando em mim. A não ser quando passa os olhos em algo que me lembra, mas talvez você nem saiba à quem aquilo te recorda. Está com seus amigos, a música chega à ensurdecer você, e tudo o que consegue pensar é em exatamente nada. Eu estou em casa, ouvindo uma música que até nos lembra, mesmo sem termos criado algo concreto. É complicado, tento contornar as situações. Crio uma maturidade que até dias desses não existia, só para ver seus olhos brilharem, surpreendidos. É difícil sim, você com seus 21, faculdade, muitas metas concretizadas. Eu? 17 e tentando sobreviver ao fim do ensino médio. 
Cada mensagem é uma turbulência aqui dentro, e grito mais alto para que pare. Sabemos que nossos em comuns nos ligam mais que tudo. Porém ainda tenho que aprender à amar do jeito que te convém. Não por falta de amor próprio, mas por excesso de ti dentro de mim.
Que se torne uma droga, mas que eu me vicie.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Moço metropolitano


Exagerado com toques leves. Nem sei se você existe mesmo, mas é real. Tanto existe que manda em poucas palavras, grandes significados, toda manhã... É como um costume nosso. É bobo mas me levanta da cama, encorajando a encarar o dia que apenas começa.
Já adianto que minhas intenções não eram tirar você do teu canto e te fazer louco por cada detalhe que tenho. Jamais quis bagunçar tua rotina agitada e organizada. Entretanto, gosto de ser quem dá vida ao sinônimo de confusão em você. Me deixei apaixonar pelo personagem que naturalmente interpreto no teu cotidiano. Como se eu personificasse a tua juventude que aos poucos te abandona; o teu lado divertido; talvez até teu paraíso "proibido". 
Toda essa concepção faz com que eu tenha ideias incertas. Do tipo: largar minha Capital e ir aí na tua Metrópole, invadir teu apartamento enquanto você está no trabalho. Vasculhar teus livros, sentir o perfume das tuas coisas, brincar com os cachorros e, bagunçar tua cama. Quisera que você chegasse, e eu estivesse largada no teu sofá, com um dos teus moletons. Podia chover, e todo esse clima podia te encorajar a chegar mais perto de mim e me fazer sentir tudo o que combinamos que sentiríamos quando estivéssemos respirando o mesmo ar.

sábado, 1 de novembro de 2014

O olhar


Parada atrapalhando a passagem de várias pessoas que circulavam frenéticas ali. As lágrimas caem, tentei fechar os olhos como se a dor fosse sumir, mas ela estava acesa dentro de mim. Como se envolvesse cada célula do meu corpo. 
Eu tinha te ligado, eu te falei do meu estado, te falei do que precisava, te falei que a minha cura era você. Então cadê você ? Opa, te vejo apressado bem de longe, esperando o sinal fechar para atravessar a rua e me dar o conforto dos teus braços. Viro o rosto, tento delicadamente limpar vestígios de choro do meu rosto. Mas caio na tentação de te procurar de novo. Droga! Como você é lindo, mesmo quando não tenta ser. Mesmo impaciente, olhando o relógio e tamborilando o dedo nas pernas, esperando a luz vermelha acender e te dar permissão para sentir o calor do meu desespero. Infelizmente você notou que eu estava te admirando.
Tinha um outro, que representa parte do meu passado. De soslaio o vi me observando algumas vezes enquanto te espero. Você chega numa velocidade tão grande que sinto o vento da sua chegada balançando meu cabelo e revirando meu estômago -ainda sou nervosa com seus efeitos sobre mim-. Mas seu abraço chega de um jeito tão acolhedor que só quero esquecer de tudo, e sentir sua mão acariciando meu cabelo. Seus olhos ativos, alarmados com a situação me encaram fixamente, enquanto no abraço já desfeito, suas mãos seguram minhas bochechas. Não consigo olhar nos teus olhos por muito tempo, preciso desviar. Mas em questão de um segundo eles baixam a guarda e se tornam serenos, calmos, tentadores, eles se fecham. Os meus se fecham. Nossos lábios se fecham, intercalados, um no outro. 
Sensação de paz. Obrigada por ter trazido-a.