sábado, 14 de março de 2015

Estava ali o tempo todo

Cheguei. Não acendi nenhuma luz. Fui pro banho. Chegando no quarto, simplesmente deixei a toalha cair, me deixando cair junto na cama, deixando as lágrimas caírem, finalmente sem culpa. 
...
Eu não quero esquecer o caminho da sua casa e, muito menos, quero nunca mais poder entrelaçar meus dedos nos seus, como se fosse uma conquista. E de fato foi. 
Eu nunca precisei sentir medo. Nem nunca fiz questão de me questionar algumas desnecessariedades*...Aliás, perdoe minha insuficiência por não ser motivo de orgulho na sua roda de amigos. Estou sempre escondida. Nunca sei de nada, e você muito menos sabe de mim ou do que vai ser de mim. E é tão vã a minha dedicação esses tempo todo. Me sinto tão vazia, e dói um bocado saber que é isso que você espera de mim, nada além de uma vontade periódica e um cafuné depois de tudo.
Eu deixei vestígios, confiei na sua percepção, no tal "detalhismo" do qual você vive se gabando. E nada. Meu rímel borrado no seu travesseiro; a carência; a pontinha do meu nariz vermelho (um pré-choro); Minha mão tão perto querendo o afago da tua. E nem isso, e nada. Apenas um carinho avulso, um apelido aqui, um beijo ali. E está suficiente.
Confesso que me peguei vasculhando as memórias ruins sobre você, pra tentar te odiar um pouquinho. Pra ver se essa graça do destino veio pra me testar ou pra me salvar de você. Não quero ser salva. Eu quero estar a salvo com você. Todo esse alarde pode ser em vão, tanto quanto a minha fidelidade à você, mas eu não dou minha cara à tapa, e você, dá ?