quarta-feira, 3 de junho de 2015

Algum tempo atrás

t-ulipes.tumblr.com
Eu nunca pedi eternidade, nem pedi que ela saísse da sua boca, da sua maldita e impulsiva boca...
Se eu disser que me agarrei às tuas palavras escolhidas à dedo e à histórias cheia de furos, estaria mentindo. Não sou dessas que passam por cima das coisas como se não fosse pecado atropelar sentimentos que fazem mal. Portanto, me agarrei aos encontros marcados e nunca executados; ao : "o celular estava sem bateria"; às noites nas quais mesmo tendo assumido um compromisso, me sentia sózinha.
E caminhando por aí a realidade vinha me roubar de você, e eu quis me render porque na volta pra casa eu sei que não te encontraria. E foi sendo mais acolhedor ali, digo, a rua... Os olhares de estranhos tinham mais carinho que os teus olhos, os quais se tornavam cada vez mais irreconhecíveis.
Eu sinto muito pelas prioridades que você têm que ter e sinto muito pela impressão que você tem deixado na vida das pessoas, eu sei, você não foi uma memória agradável pra elas. Em mim você fica na lista dos que quase me roubaram do meu destino. Provou à mim que nem sempre o gostar passa por cima dos reais quereres da alma. A alma desobedece e pune corações gananciosos de amores sem boas estruturas.
Há tempos parti, eu sei. Mas se sua vontade era a minha felicidade, saiba que ela já não larga mais do pé, anda comigo pra cima e pra baixo e se ela cansa, sei que encontrarei paz necessária nos lábios do meu moço. 
Hoje, na volta pra casa a solidão me espera e isso nada mais é que a vida pedindo paz e o tempo me dando tempo.