quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Распаковывает

Travel
Hoje permitiram que eu sentisse sua falta. E ainda depois de tanto tempo, é nítido o azul dos teus olhos me relembrando o quão doce (literalmente) era beijar você e em seguida abrir os olhos, podendo enxergar dois pedacinhos do céu mirando a minha boca. 
E em meio a australianas, mexicanas, ucranianas e até mesmo outras brasileiras, foi pra mim que você ensinou as regras completas do Hockey, e foi você que se preocupou quando eu me machuquei jogando. Era por você que eu esperava, só pra ter aquele abraço que me fazia sentir em casa, mesmo estando em outro país.
Lembro da primeira despedida. A gente preferiu fingir não se importar com o tempo. Mas é inesquecível sua agonia ao saber, por bocas de terceiros, que eu iria com minha turma pra outra cidade. E lembro de ter 13 ligações suas e várias mensagens. Nunca teria coragem de atender e me despedir, por que não é forte essa coisa de dizer as últimas palavras e ir, talvez, para sempre. Lembro do seu semblante perdido me esperando no lobbie da residência, do seu sorriso memorável que parecia não ter motivo para se manifestar. Lembro de como me abraçou, do seu beijo breve de despedida, como quem diz: "vai logo, não suporto mais".
E, depois de uma semana, te encontro no aeroporto, e foi como se estivéssemos há muito tempo juntos, você me abraçou e pediu pra eu não fazer isso contigo de novo. Eu nem quis fazer a primeira, por isso não tinha o avisado. E por mais indiferente que possa parecer, passar várias semanas com alguém quando se está distante do seu mundo e realidade, faz você se apegar como se não houvesse amanhã. E o amanhã chega tão repentino, se assemelhando ao frio na barriga que senti quando o vi pela primeira vez...