sábado, 28 de fevereiro de 2015

Não adianta mais

Untitled
Uma corrente de ar que entrava pela janela me tirou dos teus braços no sonho. Acordei com frio, no sofá, e enxerguei com a visão embaçada de quem acorda, a sua camisa. Meu aguçado olfato matinal alertou meu ritmo cardíaco: seu cheiro. Então o ritmo se perdeu e o coração deu levemente aquela acelerada, na esperança de que o sonho tido antes do despertar, fosse parte da realidade. Pouco desnorteada, cheguei a quase pronunciar seu nome. E enquanto a consciência ia tomando conta do meu corpo, estranhei (como sempre) a vontade da sua presença.
Eu queria ter o dom de acordar bêbada, só pra não ter que enxergar sua vida além do que somos. Eu adoro seu cotidiano, mas os instintos não me permitem ignorar as pontadas de ciúmes quando tem mulher envolvida. Fujo dos vestígios que você vai deixando... Por amor à mim, e ao nosso "contrato". E eu me acostumo com qualquer condição porque é irrefutável a fraqueza que tenho por você. É irrecusável cada convite. E, nem por qualquer riqueza eu resistiria àquele olhar antes de cada beijo. Não trocaria seus braços, jamais, pela utopia amorosa que uns caras me oferecem de bandeja. Prefiro sua inconstância, minha insegurança na madrugada, a conquista em cada encontro e seus lábios desejosos que não me deixam perder do caminho que sempre me levará até você.