quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Uma pergunta

 summer
Não sei se foi no reflexo da vitrine daquela loja ou nas reflexões que tive encostada na janela do ônibus. Só sei que não me reconhecia, de maneira alguma, e olha que nem se tratava dos 0.5 e 0.75 de miopia que tenho. 
Assim, faz um tempo que acordo com uma angústia trazendo pra alma um peso desanimador, oferto meus sorrisos que buscam, desesperados, motivos para serem despertos. Algo me diz que estou demais numa relação que me oferece de menos. Sendo assim, preciso urgentemente ponderar meus excessos e me ter de volta. Esse caos ofusca a parte "incrível" da mulher que, segundo meus amigos, eu sou. 
Me fizeram uma pergunta hoje: "Qual foi a última vez que você se sentiu extraordinária?" Repousei no meu calabouço de memórias e relembrei o conceito de 'extraordinária'. É verdade que tive meus picos de felicidade, até chorei de rir ultimamente, porém, extraordinária é estar plena, e plenitude não é um momento e sim um estado. Não soube responder, mas logo quis me sentir assim. Organizei sentimentos, deixei irem embora uns paradoxos através de lágrimas, busquei qualidades que havia deixado pra trás, relembrei minha solidão e como é bom ser sózinha (na maior parte do tempo), fechei os olhos como quem foge da realidade que a luminosidade insiste em enfatizar. 
Quero sair, com a melhor roupa, o melhor olhar, o melhor sorriso e quero doar meu melhor beijo. Quero tanto e sinto muito por ter feito tão pouco ultimamente, mas a paixão muitas vezes nos rouba de nós mesmos e, faz com que nós ajamos com mais ênfase nas ações que agradam o alvo do sentimento do que em paixões nossas pré-inatas à essa euforia. A questão aqui é a dependência em uma relação, e olha que nem em uma eu estou e já consegui um deslize...
É, agora, infinitamente gratificante saber que não é segurando a mão de alguém e recebendo declarações que atinjo o auge da moça incrível que vez ou outra dá as caras pra uns caras, mas sim quando eu não deixo a ausência de um relacionamento tirar a minha paz. Não quero jamais me perder de novo da estrada em que me auto conheço, porque auto confiança e autonomia se adquirem dessa forma, e, estas são atalhos para alcançar a tal plenitude.