sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Dele para ela (mim).


Parei o carro no sinal, a vi pela calçada, como se não se importasse em estar andando calmamente abaixo de uma chuva forte. Talvez ela soubesse o quanto fica linda com a maquiagem borrada, o cabelo molhado e a camiseta colada ao corpo.  Acredito que haviam vários dos motoristas parados, a observando, notando o quão natural ela é. Senti uma pontada de ciúmes. 
Hoje é estranho notar que ela fica bem em qualquer ocasião e que o cabelo molhado dela recai perfeitamente sobre seus ombros, mexendo um pouquinho mais com minha imaginação.
Não é a mesma garota, é mulher. Destemida com uma fascinação provocante que me fez perder em pensamentos de um passado que eu acreditava ter esquecido.
Ela seguiu, a perdi de vista. O para-brisa embaçou, acordei de um fluxo de alucinações, com uma fila de carros buzinando. O sinal abriu, há algum tempo diga-se de passagem. Mas voltando, ela seguiu seja para onde quer que estivesse indo, e seguiu embaixo de chuva, e eu fiquei parado.