quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Normalidade

Acabei de chegar em casa. Larguei minha bolsa perto da entrada, soltei o cabelo num movimento brusco e rápido da cabeça, me larguei no sofá de um jeito que, provavelmente, o cara do prédio vizinho veja vestígios daquela calcinha (que você adora) por debaixo de uma saia que sempre facilita pra você.  Peguei o livro que dava bobeira na mesa de centro e desconcentrei do mundo, em um ato de amor à minha alma.Sistemas políticos sempre excitaram minha curiosidade e ler algo que contribui para afirmar minhas opiniões próprias, me faz declarar que poderia apreciar esse livro por horas. Sobre passar horas fazendo a mesma coisa, é o que penso comigo mesma enquanto desfruto do teu carinho nas minhas costas, no mesmo instante em que você me questiona sobre o que tanto penso. Prefiro deixar brechas da minha felicidades em sorrisos abertos ou na simplicidade de um: Eu gosto de estar aqui.Retomando o cunho das ideias iniciais... Eu sei que a probabilidade de ouvir o barulho da fechadura dessa porta, que vez ou outra me encara tanto, se destrancar e você passar à me encarar no lugar dela... É de uma em zero. Não me importo tanto. Minha companhia me basta por hoje. Consigo respirar as minhas certezas, sabendo que você é companhia que pode ficar em qualquer estação que a vida prescrever, mas que pode seguir comigo caso seja conveniente para ambos. E outro sorriso é fruto da minha auto-suficiência.